9ª Etapa
Padrón . Milladoiro
Estamos quase
lá!!!
Hoje partimos
em direcção à cidade dormitório de Santiago, Millhadoiro e que, da primeira
dista apenas 6 kms. Por isso a última etapa será um pequeno passeio.
Antes de
começarmos a caminhar, uns foram ao mercado para se abastecerem dos famosos
“Pimentitos de Padrón (que uns picam e outros não)” enquanto outros foram ao
café e os mais sequiosos, talvez com saudades da passada semana, foram
cumprimentar o maravilhoso sumo de maçã fermentada, que logo pela manhã
escorregou e trouxe uma frescura extraordinária a quem a bebeu e até deu mais
ânimo para o caminho.
Já com algum
atraso em relação ao planeado, rumamos a Iria Flávia e depois de uma curta
visita inclusive ao túmulo de Camilo José Cela (prémio Nobel da literatura do ano de
1989) , dirigímo-nos para a Esclavitude.
No caminho,
cruzamo-nos com um verdadeiro peregrino que de Valência peregrinou para
Santiago, depois para a Costa da Morte (Muxia e Finisterra) seguidamente para
Roma, voltou a Santiago e por fim, depois do dia 25 deste mês seguirá para
Valência onde finalizará a peregrinação. E já lá vão 14 meses de caminhos!
Também de um contentor do lixo trouxe o seu companheiro de viagem, um cachorro
que tinha por destino o triste fim, a morte, cuidou dele e fez dele o
verdadeiro cachorro peregrino!
Depois da
Esclavitude escolhemos o nosso local para almoçar e por coincidência
encontravam-se aí os nossos amigos peregrinos o Alberto Santolaya Moretto e o
cachorro. Claro está que almoçaram conosco. Tiveram sorte porque havia no nosso
meio um aniversariante, o Manuel Soares e por isso houve no final bolo e
champanhe.
Por curioso já
na passada semana almoçaram conosco dois coreanos, a quem nós chamamos por
malandrice os irmãos Fu e Khu e o engraçado foi quando, logo que chegaram, “alguém”
tentava estabelecer diálogo com o Fu enquanto outro “alguém” oferecia de comer
ao Khu. E com o verdadeiro espírito peregrino demos de comer a quem tinha fome.
O resto do
caminho a partir da Rua de Francos, foi mais penoso para os menos habituados
a temperaturas de verão e os bosques que
outrora existiam até bem perto de Milladoiro e nos sombreavam o caminho,
infelizmente tudo foi consumido pelos incêndios florestais.
Chegados a
Milladoiro adiantados em relação ao previsto com cerca de duas horas, as
saudades de Padrón começaram-nos a martirizar e para acabar com o sofrimento
tivemos de pedir ao condutor que esquecesse a auto-estrada e nos levasse pela nacional
até àquela terra que tão bem nos acolheu para nos despedirmos dos pimentos e do
líquido escorregadio e refrescante proveniente de maçãs espremidas e abatocadas
em barril.
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