domingo, 30 de setembro de 2012

Serra do Soajo – Fojo do Soajo, brandas da Gavieira e branda da Seida.

(S. Bento do Cando, Bugalinhas, Junqueira, Gorbelas, Fragas do Ramisquedo, Seida, Fojo do lobo, Lamas de Vez, Buzgalinhas, S. Bento do Cando).



Extensão do percurso…………….cerca de 18,3 km
Data………………………………………  2012.09.22

A maior preocupação das povoações serranas, quando o gado permanecia por longos períodos de tempo nas pastagens mais elevadas, era sem dúvida o lobo. A partir do momento, em que a sua cadeia alimentar foi desarticulada pelo Homem, alterou as suas rotinas de caça, atacando os rebanhos, podendo causar prejuízos incalculáveis à débil economia das povoações de montanha.   
Face a este perigo, os povos da serra do Soajo, foram desenvolvendo e aperfeiçoando estratégias, para dar luta ao seu maior inimigo. Surgiram os fojos, que não são mais do que armadilhas permanentes, construídas, neste caso, a partir do granito da região, fruto de um enorme esforço coletivo.
A proteção dada ao lobo pela Convenção de Berna, em 1979, determinou a proibição das montarias, deixando aquelas estruturas sem utilidade. O fojo do Soajo, fica situado bem no coração da serra, no seguimento da linha da cumeada que desce do Alto da Pedrada para o planalto da Seida, numa zona de convivência entre pastagens e vegetação rasteira, não muito longe da nascente do rio Vez. Nesta zona aplanada da serra, virados a Lamas de Vez, erguem-se os cabeços da Bragadela e Colmadela. O primeiro ( fojo de Cabreiro), virado à Seida e o outro no sentido oposto, não muito distantes do fojo da Lombadinha, este último do tipo “fojo da cabrita”.
Atribui-se a D. João I, a autorização dada em exclusividade à "vila" do Soajo, para promover e organizar a montaria ao lobo, privilégio de que ainda hoje, será certamente motivo de orgulho para os Soajeiros. Na montaria, todas as aldeias da serra participavam e tinham os seus itinerários bem determinados, transmitidos de pais para filhos .As corgas e encostas eram batidas pelo povo, em grande algazarra, de varapau na mão, rufando tambores, rebentando petardos ou dando tiros de pederneira. Se a "fera" era abatida, ou na fuga se precipitava no poço do fojo, então a festa era ainda maior. Para aqueles que tiveram o privilégio de presenciar este acontecimento, jamais esquecerão o facto de terem sido protagonistas e ao mesmo tempo espectadores. Segundo nos contaram, tudo acabava na corga das Forcadas, sacando do farnel e bebendo do carrascão, que isto de subir corgas ou descer encostas, não se faz sem grande esforço.
O percurso que efectuamos, foi em parte semelhante ao de Junho de 2007, com um grupo de amigos em que apanhamos um denso nevoeiro, obrigando-nos a alterar o plano do passeio. Foi uma dura caminhada, onde houve tombos, escorregadelas, etc…, terminando como estava previsto em S. Bento do Cando com 18 km, nas pernocas, o que para alguns foi bastante pesado. Em homenagem ao grupo, publicamos a "foto de família", lamentando que um deles, o Fernando Sousa, grande amigo e companheiro, já não esteja entre nós.
Começa a tornar-se rotina, o tempo não estar de feição sempre que visitamos estas paragens.pois o vento e os indícios de que o mau tempo iria aparecer, foram-se tornando visíveis à medida que progredíamos para o interior da serra. Além das brandas da Gavieira ( S. Bento do Cando, Buzgalinhas, Junqueira e Gorbelas) que são brandas mistas, ou seja,  de gado e cultivo, passamos pela branda da Seida ( branda de gado). que pertence a um dos lugares do Soajo.   Ainda demos um salto às fragas do Ramisquedo para ver a antiga lagoa glaciar, atualmente soterrada. Depois foi visitar o "mariola & o sofá da Seida", onde foi tirada a fotografia do grupo há cerca de 5 anos, regressamos após a travessia do rio Vez, local onde anos atrás, com um reduzido grupo de apreciadores destas paragens, atolámos o Mitsubishi Pajero do Moreno de Sousa.    
Terminamos, na expectativa de que o "Fojo do Soajo" seja tratado com o carinho que merece, para desta forma permanecer na serra por muito tempo, como testemunho do nosso património cultural e etnográfico e desta forma, também possa vir a ser apreciado pelas gerações futuras.

































terça-feira, 25 de setembro de 2012

Castro Laboreiro + Xurês

De Ribeiro de Baixo ao VG do Monte do Quinxo.





Extensão do percurso..........cerca de 20 km
Data...................................2012.09.15

 

        Com um amanhecer a avisar-nos de que estaria muito calor, partimos de Ribeiro de Baixo, atravessando a ponte em betão sobre o rio Castro Laboreiro. A velha ponte em pranchas de madeira e presa por cabos de aço, por onde muitas vezes passamos, já tem substituto. Até ao VG do Quinxo, muitas vezes a corta mato são quase 5 km sempre a subir. A paisagem do alto dos 1168 metros é sem limites, recompensando o esforço. Descemos até às “ Pedras Cabaleiras” , um Tor granítico, cansados de procurar caminho entre a vegetação.
        Segue-se o regresso atravessando algumas corgas, bem tapadas pela vegetação. Depois da povoação raiana de  Pereira, iniciamos uma longa descida até ao Ribeiro de Baixo, seguindo uns tímidos mariolas, atravessando o rio e reduzindo ao percurso. 
 
 







  

Caminho Português de Santiago


Y lo conseguimos !!!


15 de Setembro de 2012
Distância +/- 6 Kms
 

O dia estava lindo e quente. Começamos o “Caminho” com sol e teríamos de o acabar da mesma forma para podermos esquecer o resto das etapas em que tivemos a chuva sempre a cumprimentar-nos.
Chegados a Milladoiro lá estava à nossa espera o velho amigo Jorge Suarez.
Tínhamos que pôr os pés ao caminho pois já estávamos com algum atraso. Aqui apearam-se os peregrinos e todos os que os quiseram acompanhar nos poucos kms que faltavam enquanto os de “veneranda idade” seguiram para Santiago.
Na partida tínhamos de gastar a última quadrícula que ainda restava na Credencial   e nada melhor do que ir à Capela da Madalena. Aí fizemos a fotografia de todos os caminhantes.
A viagem correu sem sobressaltos e demos por concluída a peregrinação quando demos entrada na Catedral pela Porta da Glória que se encontrava num autêntico caos cheia de andaimes e telas de protecção . Pena é que não tivéssemos chegado a tempo de assistirmos à missa bem como ao “Bota Fumeiro” mas pelo menos ficou a intenção.
Seguimos para a Oficina do Peregrino onde alguns pela primeira vez iriam ter direito à Compostela e ver o seu esforço compensado no documento que todo aquele que faz o “Caminho” anseia levar como prova.
Mais uma volta na Catedral, quase sem gente, para podermos admirar tudo o que nos rodeava, porém  o “abraço” teve de ficar sem efeito por ternos uma fila enorme de pessoas  para cumprimentar o Santo.
Havia horários a cumprir e como tal lá fomos todos para o local do pic-nic onde já o companheiro Luis tinha reservado quatro mesas para não ficarmos dispersos. Aqui tudo correu pelo melhor e até festejamos os aniversários de dois “tolos”, no dizer de João de Deus, que se lembraram de fazer anos no dia anterior.
Já bem comidos e bebidos ainda fomos atrás da Cidra da Pulperia Real mas como estavam para férias tivemos de beber noutro local embora de inferior qualidade.
Quanto ao grupo era excepcional. Já digo que tenho saudades desta gente boa. Com eles podemos caminhar até ao fim do mundo que tudo corre bem. Para todos eles um grande abraço.