terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Marcha de Encerramento 2010 – Monte de Santo Ovídio, miradouro da Ribeira Lima

Extensão – cerca de 8 km
Data -------- 2010.12.18

          O dia 18 de Dezembro nasceu soalheiro, o que foi excelente para a nossa última caminhada. Como objectivo, a visita ao monte de Santo Ovídio, sobranceiro à vila de Ponte do Lima, local donde se  avistam belos e amplos horizontes. Juntamente com  o monte da Madalena, enriquece o grupo das varandas panorâmicas mais interessantes  da Ribeira Lima.
          Para lá chegarmos, caminhamos cerca de cinco quilómetros, através de pequenos caminhos rurais, entre campos e quintinhas, onde a agricultura ainda não está esquecida. Pequenos casais e uma ou outra casa solarenga, intrometem-se a espaços no percurso, onde os tons da natureza pontificam pela beleza e contraste.
          Com uma visita demorada à ermidinha românica do Espírito Santo, edificada pelos Templários, continuamos até à quinta de Carcaveira. Não nos  escapou a visita ao belo fontenário, no exterior, apesar da  vegetação ameaçar tomar conta do local.
          A caminhada continuou monte acima, com paragens frequentes, para observarmos os cenários que surgiam nas voltas do caminho. No alto, visitamos a “pedra do cavalinho”, gravura da idade do Bronze e finalmente  deu-se espaço ao convívio.
          Não partimos sem  apreciarmos demoradamente a envolvente paisagem, onde as montanhas se entrelaçam com as férteis veigas, por onde passa o rio Lima. Desde a esventrada serra das Antelas, ao santuário do Senhor do Socorro na  Lubruja, ou subindo a vista até á portela da Travanca, mergulhamos no perfil  suave da  montanha minhota que se molda ao planalto de Coura. Se lançarmos a vista  a partir do  monte de Calheiros até à cristas da Peneda, caímos na  portela do Lindoso. Com a serra galega de Santa Eufémia na linha do horizonte, podemos galgar a cumeda da Amarela e daqui ir descer pelas Galinheiras ao “castelo” de Aboim. Sem darmos por isso, estamos nos montes da  Armada e da Ermida, percorrendo um extenso tabique de montanhas que cercam a fita do rio . É altura de olharmos para o casario da vila, para o antigo burgo, e seguir o traçado do  Caminho do Lima a Santiago de Compostela, adivinhando  a sua trajectória até à portela da  Labruja. Apesar da neblina, a sequência de pequenas elevações, na margem esquerda, não passam despercebidas. Nora, Geraz, Padela, monte Santinho e Galeão, lançam arribas até ao rio,  que na sua fase adulta  atravessa pachorrentamente as férteis veigas. No ângulo NE, a paisagem prolonga-se desde  Santa Luzia até às encostas cinzentas da  serra d´Arga. Tecendo elogios ao ao magnífico miradouro, abandonamos o local, onde os romeiros cumprem promessa no dia do Espírito Santo, aguardando o próximo ano para novas aventuras. 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Serra d´Arga – De Santo Antão à "Cumeada Eólica"

(Capela de Santo Antão – pontão do Lobo – Fontainhas – calçada do Portão do Lobo – Alto da Portela – Alto da Fonte da Urze – Fonte da Urze – Alto da Faia – Alto do Colo – Meijão de Água – Capela de Santo Antão)


Extensão – cerca de 13,5 km
Data ----------- 2010.12.16

          Com um belo dia de sol, e algum frio à mistura, atravessamos o regato da Fraga, subimos as Fontainhas e pela velha calçada que alguns denominam por “ Portão do Lobo” atingimos o Alto da Portela.
          Fugindo ao estradão do parque eólico, prosseguimos a corta mato até ao Alto da Fonte da Urze. No alinhamento desta cumeada de contornos suaves, está instalada a maioria dos aerogeradores, desde 2006. As torres têm 80 metros de altura e o comprimento de cada pá é de 42 m. A produção anual ronda os 71,6 GWh o que equivale a ano e meio de consumo de energia eléctrica no concelho de Caminha. Com este investimento, poupam-se cerca de 50 mil toneladas/ano de emissão de gases, que seriam libertados para a atmosfera pela queima de combustíveis fósseis.
          É notório a formação de geoformas e vegetação rasteira, denunciando a acção do vento e explicando a razão da localização daquele investimento na linha de cumeada. Pequenas manchas de pastagens naturais pobres, associam-se ao mato rasteiro e a núcleos muito reduzidos e dispersos de pinho bravo. A paisagem que se avista para NE é porém magnífica.
          Entre o Alto da Portela e o da Fonte da Urze, ainda se encontram alguns mariolas “seniores” e um abrigo pastoril, sobranceiro à Fonte da Urze. Descemos até ao estradão florestal que abandonamos perto do Alto da Portela. Um pouco depois do entroncamento de caminhos, arranca uma velha calçada que circunda o Alto do Campo Redondo e permite fugir ao péssimo piso do estradão florestal, que vem dos lados da Chã Grande.
          Derivamos para Arga de Baixo, utilizando a calçada que contorna o Alto da Faia e Alto do Colo. Prosseguimos a marcha por um antigo estradão que ficou por concluir, sobranceiro ao CISA. Descemos para as Eirinhas, atravessamos o Meijão de Água e o pontão do Lobo, para atingirmos finalmente a capelinha de Santo Antão, terminando desta forma a nossa caminhada.
          Não podíamos despedir-nos da serra, sem a habitual visita ao senhor Horácio. Cumprida esta formalidade, arrancamos para Viana do Castelo, prevendo para breve nova actividade para estas bandas.