terça-feira, 29 de maio de 2012

Serra do Gerês – Fafião – Currais do Lagarinho e Amarela


(Fafião – P. Laje – encosta do Cortiço – cabana do Lagarinho – cabana da Amarela – Padro Lã – Pousada – ponte da Pigarreira – Fafião )



Distância percorrida…... cerca de 18,6 km
Data……………………………. 2012.05.26

O dia não augurava nada de bom, realidade que sentimos um pouco à frente do parque de jogos, com uma forte chuvada, das muitas que apanhamos. O caminho até à pequena barragem, não tem nada que saber, bem identificado com mariolas, embora as lajes estivessem escorregadias, nos locais mais críticos. Á medida que se fazia a aproximação da pequena albufeira, a paisagem abria-se até às Sombrosas, apesar do dia cor de chumbo. Se tínhamos algumas dúvidas sobre a forma de atravessar o rio, desvaneceram-se mal avistamos os meandros antes da albufeira, muitos deles enxutos.
Ao atingirmos a cabana do Porto da Laje, fomos brindados com nova e duradoura carga de água, que nos fez procurar abrigo debaixo do descarregador de cheias, sem que tivéssemos forma de encontrar um lugar aceitável. Aproveitamos para nos alimentar, olhamos demoradamente para a encosta do Cortiço, traçamos mentalmente a rota, e na primeira aberta galgamos a encosta na direção do curral do Lagarinho. A subida, pouco passa o quilómetro, porém, o entretimento, gastou-nos à volta de uma hora, com algumas paragens para fotografar e descansar. Além da encosta ser íngreme, o terreno é muito incerto, cheio de covas e vegetação alta. A chuva tornou ainda mais difícil a progressão. Fomos sair muito perto da cabana, que apresenta o telhado em chapa de zinco. Depois das fotos da praxe, continuamos debaixo de chuva para o curral da Amarela.
Curiosamente, um pouco antes de lá chegarmos, a chuva amainou, pelo que aproveitamos para almoçar e tirar a foto do grupo. Entre cabanas a distância é um pouco superior à que galgamos pela encosta, mas a progressão é mais fácil, tendo-nos levado cerca de meia hora.
A partir deste curral, o tempo continuou a melhorar, permitindo fotografar o belíssimo vale do rio do Laço, e toda a família granítica das redondezas, onde naturalmente se destacam as Rocas, as Sombrosas e o Borrageiro. Descobrimos ainda o trilho que desce para aquele vale, a partir da cabana da Amarela, no intuito de estabelecer futuros passeios.
Depois foi “rota batida” até à ponte da Pigarreira e daqui até à aldeia. Ainda espreitamos na Pousada, mas de vezeira nada. Na aldeia informaram-nos que estava no curral do Pinhô, justificando desta forma não termos encontrado vivalma pelos currais por onde passamos.













Caminho Português de Santiago - 5ª Etapa


5ª Etapa
O Porriño – Redondela


Distância percorrida …..18,5 Km
Data…………..….….26/05/2012
Penso que o acordo que fizemos com o S. Pedro terá que ser revisto porque durante a semana está mais ou menos bom tempo e ao sábado esta sempre de chuva ou então é algum peregrino que tem tantos pecados que só com estas benzeduras se expiam.
Partimos de Redondela com chuva para que a nossa recordação desta vila seja bem molhada. Chegamos a chover e partimos também a chover.
Depois do café da praxe metemos pés ao caminho em direcção da Capela das Angústias e logo de seguida para a Igreja paroquial de Sta. Eulália de Mós. Seguimos por alcatrão pois não havia outra alternativa, O terreno também era pior pois era a subir.
No bar “O Alpendre”, em Mós, o Luís Loureiro fez sair à cena uns “Eusébios” e uns “Almendrados” para cobrir o nosso deficit de açúcar. Quais “peixinhos”, quais “almendrados” das Irmãs Clarissas! Se a esses demos nota dez aos do Luís Loureiro demos um merecido 19. Carimbamos a credencial e retemperamos forças para o resto da subida que se prolongaria até Santiaguinho de Antas.
Já bem perto desta localidade demos por falta de dois elementos do grupo e como não sabíamos a razão deste atraso, resolvemos parar e esperar que chegassem. Estragamos tudo!  Como tínhamos uma aniversariante connosco resolveram comprar um ramo de flores  e lá se foi a surpresa!
Chegados ao local do almoço desta vez, além das especialidades gastronómicas começaram aparecer as Vínicas repartidas pelas várias regiões. Vinhos da Régua do Vale do Tejo, do Sado, do Alentejo e por fim Champanhe para acompanhar o bolo que serviu para festejarmos os “18” aninhos da Giselda. Por fim apareceu o imprescindível bagaço para destruir qualquer possível bactéria que pudéssemos ter ingerido.
À nossa menina os nossos parabéns  que reforçamos e esperamos que se cumpra o verso que o Diamantino cantou:

PARABÉNS, PARABÉNS,
PELOS ANOS QUE FAZ.
QUE OS CONTE ATÉ 100
PARA VER SE É CAPAZ.

Depois da festança há que começar a caminhar porque há horários a cumprir. Embora sem vontade, começamos. Como “a descer todos os Santos ajudam” iríamos ser ajudados até Redondela. Logo à saída de Santiaguinho passamos pelo Miliário, (“Milionário” no dizer da A…), que marcava a Via XIX e que ligava Braga a Astorga. Depois da chicória a que chamavam café (ai que saudades do café português),  chegamos ao Chão de Pipas e daí já se avistava Redondela. E foi só descer!
Na entrada da Vila, com a sede a apertar, tivemos que a matar com cidra, ao mesmo tempo que a vista descansava naquele sinalzinho que só meia dúzia tiveram o previlégio de ver. Até parecia um sinal vindo de Santiago para nos compensar e agradecer o esforço da jornada!







































segunda-feira, 21 de maio de 2012

Caminho Português de Santiago - 4ª Etapa

4ª Etapa
Valença – O Porriño



Distância percorrida ....22,1 Kms
Data…………….…  .19/05/2012


O  tempo ameaçava chuva mas não passou disso.
Como a finalidade dos albergues é dar apoio aos que peregrinam para Santiago, dirigímo-nos ao de Valença, para registarmos mais uma etapa na credencial.
Como era de esperar encontrava-se fechado. Porque é que as autarquias continuam com a teimosia de gastar o dinheiro dos munícipes numa estrutura não funciona? Fechem as portas. Ali mesmo ao lado, em Tui, há outro mas esse funciona. Será a mania que temos em dizer que o nosso é melhor que o do lado de lá da fronteira ou que é o maior da Península, da Europa ou até, com atrevimento, o maior do mundo? Deixem-se de mentalidades bacocas e fechem, aquilo, que não serve para nada ou então, como estamos no tempo das “Novas Oportunidades” (este sim o maior e mais ridículo sistema de ensino do Mundo, onde se entra na escola sem saber nada e de lá se sai sem nada saber mas com o canudo até do 12º ano),  aconselho-vos, ia dizendo, a fazerem formação no Albergue de Ponte de Lima, onde  realmente as coisas funcionam e rolam sobre rolamentos de esferas e não em rolamentos de caroços de azeitonas.
Valeram-nos os briosos militares da GNR que com toda a simpatia e eficiência resolveram a questão.
Entramos pela Porta da Coroada, em Valença. Aqui começamos a nossa visita. Da capela do Sr. dos Passos passamos à capela Militar do Bom Jesus, tiramos a fotografia de família junto do S. Teotónio, seguimos pelo centro da Valença histórica, até  sairmos pela Porta da Fonte da Vila para de seguida atravessarmos a fronteira. Aqui deu para recordar antigos episódios na onde o critério dos funcionários da Alfândegários funcionava como o vento. Se estava de Norte não passava nada, se estava de Sul passava tudo.
A vontade para andar era pouca e quando chegamos a Tui passamos à fase de puro turismo pois quase nada ficou por ver. Junto ao primeiro marco do Caminho e para cumprirmos a tradição nova foto de família. Na Catedral a visita foi bem demorada. No Convento das Clarissas tivemos a oportunidade de comprar as especialidades das monjas, os peixinhos e os almendrados. Curioso será dizer que a transacção foi efectuado pela Roda dos Excluídos.
Demoramos umas três horas para sair de Tui. Uns diziam “hoje vamos ficar a meio caminho”, enquanto outros “depois de tantos anos a vir a Tui, verdadeiramente, só hoje a conheci”.
            Depois de uns minutos no convento de S. Domingos de onde foram tiradas as últimas fotos a Tui, seguimos para S. Bartolomeu de Rebordans onde apreciamos o magnífico cruzeiro. Logo à frente  passamos ao lado da ponte romana que pertencia à Via XIX, que ligava Braga a Astorga para seguirmos  em direcção à capela da Virgem do Caminho que fica ali perto.
A partir daqui tivemos de acelerar o ritmo da marcha. Pouco tempo depois estávamos a almoçar junto do memorial de S Telmo e Ponte de Febres.
            Retemperadas as forças com o almoço e ingeridas as calorias necessárias para continuarmos viagem para Ribadelouro, conhecida pelo lugar das cruzes e daí em direcção à recta do Poligno Industrial de O Porriño.  Só na chegada a esta cidade é que depois das muitas ameaças do dia, a chuva caiu só por uns minutos para nos dar as boas vindas. Ainda assim deu para umas “botellas de cidra”.