Distância percorrida………..cerca de 13,5 km
Data…………………………………2012.05.05
Fomos à procura das aldeias do planalto de Coura,
nomeadamente, as que mantêm contacto com o rio, atravessando esta linha de água
nos lugares mais recônditos, pouco conhecidos da maioria das pessoas. Passamos
junto da sua origem, no local onde a ribeira de Reiriz se junta ao rio dos
Cavaleiros, para formar o verdadeiro rio Coura, abundante em trutas, cujas margens
nos surpreendem pela sua beleza.
A nossa caminhada
não se ficou apenas pela ribeira, mas também pela ruralidade antiga das terras
de Coura, com realce para os rústicos lugares das aldeias de Padornelo e
Parada. O percurso não esqueceu o património, nomeadamente a igreja velha de
Parada – a igreja de Cenói e a capela do Ecce Homo, de estilo barroco, assente
no lugar dos Tojais - séc. XVIII. O passeio não se esgotou apenas no que foi
dito, não esquecendo a paisagem humanizada “das Terras de Coyra”, ou se
quisermos do planalto de Coura, autêntico mosaico agrícola, talhado ao longo
dos tempos por esta gente simples e humilde, que teve a arte e engenho de
esculpir na natureza este belo quadro natural. Daí dizer-se, que as terras de
Coura, constituem um território com alma.
Deixamos as viaturas junto à capela de Ecce
Homo, seguindo para as margens do rio Coura, caminhando junto a uma levada. Mais
à frente, iniciamos a subida para cotas mais elevadas, passando pelos lugares
de Sobreiro e Laceiras. Neste último, começarmos a tomar a direcção da
capelinha de S. Tiago onde há um belo e frondoso parque de merendas, fazendo
caminho através do bosque, fugindo assim
ao estradão.
Mais tarde, apontamos à antiga igreja de
Parada em Cenói. A
partir daqui, utilizamos os atalhos campestres desfrutando de um panorama
único. Antes da igreja de Parada, visitamos a placa evocativa da homenagem prestada
à memória do Abade de Padornelo, o padre “republicano” Casimiro Rodrigues de
Sá. Percorrendo pequenos trilhos entre
campos de cultivo, por vezes com diferenças de nível suficiente, para termos
que descer por pequenas escadas de granito, encastradas nos muros, atingimos a
igreja. Vale a pena parar no adro e observar em redor, com o Corno de Bico
dominando a paisagem.
Descemos até
aos encharcados caminhos que terminam perto da capelinha de S. Gonçalo, no
lugar da Cachada e dirigimo-nos para a junção da ribeira de Reiriz com o rio dos
Cavaleiros. O caminho apresentava algumas zonas inundadas, pelo que tivemos de andar
pelas extremas dos campos, até ao pequeno pontilhão, onde atravessamos para a
margem direita da ribeira de Reiriz. Uns metros à frente, recebe o ribeiro dos
Cavaleiros, formando-se o verdadeiro rio Coura.
Peregrinamos junto
à margem direita, passando de campo para campo e fechando cancelas. Em breve
estaremos noutra ponte, em betão e de construção recente, que vai permitir
mudar de margem. Depois desta obra de arte, a marcha faz-se pelos caminhos da
margem esquerda, até regressarmos de novo ao rio, atravessando-o num pequeno
pontilhão, de traça robusta. Um pouco mais à frente aparece-nos o engenho do
Sigo, magnífico local para observarmos os rápidos do rio.
O ponto de
partida aproxima-se, bastando para isso subir um caminho rural que nos leva de
novo à jóia do barroco das Terras de Coura, ponto de partida, neste périplo por
algumas das aldeias mais características do Planalto de Coura, noutros tempos
designado pelo Celeiro do Minho.
Como natural de Padornelo fiquei extasiado e maravilhado por ver aqui fotografias da minha santa terrinha: o Cruzeiro do Tojais, a Capela do Senhor Ecce Homo, a Capela de Santiago, as alminhas, o moinho de Sigo, o rio Coura e, também, as diversas imagens da vizinha freguesia de Parada, todas elas de grande qualidade estética, um cenário de idílica beleza rústica. Bem-haja!
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