Encosta do Sol
Distância percorrida --- cerca de 20,6 km
Data --------------------------------
2012.04.21
Com os TREPAMONTANHAS a cumprir
penitência nos Caminhos de Santiago, fiquei livre para outros desafios.
O João Vieira, companheiro de inúmeras travessias
nas serras minhotas, desafiou-me para o acompanhar no trilho da Cumeada,
sabendo de antemão que não fugiria a tão importante empreitada.
Na
Portela, encontramo-nos com os companheiros do "Vamos Ali", alguns já conhecidos
doutras caminhadas. Na mesma altura, outro grupo, o "Pénotrilho", metia
combustível para a subida às minas, pelo velho estradão.
S.
Pedro associou-se ao evento, quanto a mim de forma exagerada, brindando-nos com
um princípio de dia deveras desagradável.
Entendeu-se que a melhor solução era
subir aos Carris pelo “caminho das pedras” e depois se veria como faríamos o regresso.
Lá fomos, serra acima, com o caminho transformado num caudaloso regueiro.
Quando a chuva amainava ou quando surgia algum pormenor que o justificasse, lá
se iam fazendo algumas fotografias.
Nas antigas minas dos Carris,
partilhamos o pequeno espaço coberto que ainda resta, com o outro grupo, e foi
assim que almoçamos. A partir daqui, cada um seguiu o seu caminho.
Uma
vez decidido que o regresso seria pelo itinerário inicialmente previsto, lá
fomos rompendo caminho, entre o nevoeiro enquadrados pelo João e pelo Miguel "Águia Real",
até à velha fronteira luso – galaica, inalterável desde a primeira dinastia.
Perto do curral da Amoreira, o tão desejado milagre (?) por alguns, aconteceu
mesmo, com o nevoeiro a dar sinal que pretendia despedir-se. Depois de passarmos
entre a Laje do Sino e o Outeiro da Meda, o sol começou a sorrir. Inicialmente
de uma forma tímida, mas progressivamente rasgando horizontes, permitindo o
tiro certeiro aos caçadores de imagens. O grupo resistia a tudo, sempre com boa
disposição e lá ia dando aos butes, ora subindo ora descendo, mantendo uma
cadência constante.
Nos
miradouros naturais da Encosta do Sol, fomos respirando a liberdade dos cumes e
ao mesmo tempo observando uma paisagem granítica impressionante. Para Sul, as
cristas das Albas, Pé de Medela, Cantarelho e mais distante, o Pé do Cabril,
escondiam-nos a beleza selvagem da serra. Na linha do horizonte, a Louriça adiantava-se
à barragem de Vilarinho, coroando a cumeada. Para Norte, o olhar fixava-se no
perfil inconfundível da fraga do Anemão e mais para NW o “pião granítico” do
castelo de Aboim destacava-se nas cumeadas a mais baixa altitude. Foi um dia bem
passado, uma brava jornada de montanha, daquelas que nem sempre voltam!
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