segunda-feira, 30 de abril de 2012

Serra do Soajo – Trilho da Cabrita


(Bostelinhos, Vitoreira, Arrochela, Penedo, branda de Bostejões, Fojo da Cabrita, chã do Brialho, branda de Curdifeito, Bostelinhos).



Distância percorrida-----cerca de 14,9 km
Data --------------------------------2012.04.28

            O trilho da Cabrita, foi ganhando aos poucos este nome. Sempre que passávamos por esta zona da serra, encontrávamos grandes rebanhos de cabras (rês), dos aldeamentos de Bouças Donas, Carralcova e Lombadinha, por vezes ultrapassavam as mil cabeças de gado! Claro que foi noutros tempos. Pode percorrer-se a serra, que é difícil nos dias que correm, encontrar assim rebanhos. Foi com os pastores que fomos aprendendo o nome dos lugares, das brandas, dos poulos e das rechãs da serra.
            Partindo de Bostelinhos, fizemos um desvio para ver a ponte do Pinhel, continuando por Vitoreira até à Arrochela. Com um curto desvio, visitamos a grande e bem conservada cardenha. Qual não é o nosso espanto, deparamos com o nascimento dum potro, o Andorinha, que aqui deixamos algumas fotos em primeira mão. Não houve batismo porque faltou a madrinha…
            Continuamos até à branda de Bostejões (também designada por Bostochão) onde pastavam os rebanhos de Carralcova (Gondoriz). Continuamos até ao Fojo da Cabrita e daqui até à Chã do Brialho, onde há uma cardenha semelhante a tantas outras, em falsa cúpula, mas muito mais recente. Foi construída pelos pastores da Lombadinha e Carralcova, para vigiarem de forma mais eficiente os animais e evitar que entrassem no perímetro florestal, sob pena de pagarem pesada multa.
            Atalhamos, fazendo a travessia do regato dos Bostelinhos a “salto” e continuando pelo antigo caminho brandeiro a cota inferior ao antigo estradão florestal. Depois de um pequeno desvio para visitar a branda de Curdifeito (Bouças Donas) terminamos a marcha no local donde partimos.
































quarta-feira, 25 de abril de 2012

Serra do Gerês – Encosta do Sol


Encosta do Sol


Distância  percorrida --- cerca de 20,6 km
Data -------------------------------- 2012.04.21



      Com os TREPAMONTANHAS a cumprir penitência nos Caminhos de Santiago, fiquei livre para outros desafios.
      O João Vieira, companheiro de inúmeras travessias nas serras minhotas, desafiou-me para o acompanhar no trilho da Cumeada, sabendo de antemão que não fugiria a tão importante empreitada.
       Na Portela, encontramo-nos com os companheiros do "Vamos Ali", alguns já conhecidos doutras caminhadas. Na mesma altura, outro grupo, o "Pénotrilho", metia combustível para a subida às minas, pelo velho estradão.
       S. Pedro associou-se ao evento, quanto a mim de forma exagerada, brindando-nos com um princípio de dia deveras desagradável.
       Entendeu-se que a melhor solução era subir aos Carris pelo “caminho das pedras” e depois se veria como faríamos o regresso. Lá fomos, serra acima, com o caminho transformado num caudaloso regueiro. Quando a chuva amainava ou quando surgia algum pormenor que o justificasse, lá se iam fazendo algumas fotografias.
       Nas antigas minas dos Carris, partilhamos o pequeno espaço coberto que ainda resta, com o outro grupo, e foi assim que almoçamos. A partir daqui, cada um seguiu o seu caminho.
      Uma vez decidido que o regresso seria pelo itinerário inicialmente previsto, lá fomos rompendo caminho, entre o nevoeiro enquadrados pelo João e pelo Miguel "Águia Real", até à velha fronteira luso – galaica, inalterável desde a primeira dinastia. Perto do curral da Amoreira, o tão desejado milagre (?) por alguns, aconteceu mesmo, com o nevoeiro a dar sinal que pretendia despedir-se. Depois de passarmos entre a Laje do Sino e o Outeiro da Meda, o sol começou a sorrir. Inicialmente de uma forma tímida, mas progressivamente rasgando horizontes, permitindo o tiro certeiro aos caçadores de imagens. O grupo resistia a tudo, sempre com boa disposição e lá ia dando aos butes, ora subindo ora descendo, mantendo uma cadência constante.
       Nos miradouros naturais da Encosta do Sol, fomos respirando a liberdade dos cumes e ao mesmo tempo observando uma paisagem granítica impressionante. Para Sul, as cristas das Albas, Pé de Medela, Cantarelho e mais distante, o Pé do Cabril, escondiam-nos a beleza selvagem da serra. Na linha do horizonte, a Louriça adiantava-se à barragem de Vilarinho, coroando a cumeada. Para Norte, o olhar fixava-se no perfil inconfundível da fraga do Anemão e mais para NW o “pião granítico” do castelo de Aboim destacava-se nas cumeadas a mais baixa altitude. Foi um dia bem passado, uma brava jornada de montanha, daquelas que nem sempre voltam!