terça-feira, 17 de agosto de 2010

Caminhada pelos vinhedos de Lapela

Extensão - 14 km

Data ----- 2010.08.14

          Num dia de intenso calor, em que uma volta pela serra não era recomendável nem apetecível, e muito menos local seguro, optamos por um passeio mais calmo. Com muita sombra e com as águas mansas do Minho sempre disponíveis para um mergulho, caminhamos pela zona do Alvarinho. Foi o que fizemos, optando por um percurso circular entre S. Lourenço de Lapela e S. Mamede de Friestas. Sempre que era possível, escolhemos os caminhos rurais por entre antigas quintarolas, cobertos por vezes com as videiras de alvarinho, abraçadas aos esteios. No regresso utilizamos a ecovia. Este equipamento, dispõe de um bom piso para caminhar, instalado no traçado da antiga via de caminho de ferro entre Valença e Monção.
          Lapela é terra antiga, remontando à origem do reino. As inquirições de 1258 citam-na bem como à passagem  do rio  no  Vau das Estacadas. O seu ex-líbris é a torre de menagem, que é o que resta do antigo castelo, cuja origem é atribuída ao rei fundador, mas não há provas documentais. Seria o pequeno Almourol de Riba Minho. A referência mais antiga e documentada sobre o castelo, data de D. Fernando. Foi demolido a partir de 1706 por mando de D. João V para abastecer de pedra as obras da fortaleza de Monção. Ficou a torre, com os seus 24,2 metros de altura, encastrada num pequeno outeiro. As casas que hoje vemos em seu redor, foram construídas na sua maioria a partir do século XVIII.
          Partindo do cais de Lapela, por um dos caminhos rurais que se estendem no meio dos vinhedos, atingimos a ínsua de Crasto. Recordamos que a 12 de Novembro de 1933, Charles Lindberg aterrou de emergência num meandro do rio perto desta ínsua, com o seu hidroavião Lookeed, na companhia de sua esposa, Anne Morrow. Poiso habitual dos pescadores de rio, está associada ainda às memórias do contrabando, dada a proximidade da margem galega. Derivamos para o seu  interior e continuamos pelo trilho dos pescadores, percorrendo uma boa parte do seu perímetro, sempre com o rio Minho por companhia.
          Deixamos para tràs a ínsua continuando entre vinhedos até nos encontrarmos com a ecovia por onde seguimos até à quinta de Crasto. Aqui, impõe-se uma paragem para observar o portal barroco desta quinta solarenga, que foi completamente destruída pelos soldados de Napoleão, salvando-se apenas o portal. 
          Prosseguimos pelo trilho interpretativo do rio Manco, entrando no concelho de Valença. O percurso espraia-se agora por entre o mosaico esverdeado dos campos, bordejados de parreiras, pelo que aproveitamos um local à sobra para almoçar. A muito custo retomamos a marcha, regressando à ecovia. Depois de ultrapassado o viaduto metálico sobre o rio Manco e um pouco além da zona de extracção de seixo e areia ( em estado de abandono ), rumamos de novo para o interior dos vinhedos.
          Na aldeia, recomendamos além da visita à torre de menagem, o duplo relójio de sol e o cruzeiro, tudo isto  na zona mais antiga da aldeia. O percurso é muito fácil e para quem tiver pernas rijas, ainda pode dar uma saltada ao convento de S. Fins com a sua igreja românica, numa das vertentes do monte de Faro ou optar por um pequeno desvio a partir da ecovia e visitar o antigo convento de Ganfei, com a sua transfigurada igreja e o pouco românico que lhe resta.
 

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