segunda-feira, 28 de junho de 2010

Serra do Gerês - A festa do São João da Fraga em 27/Junho/2010





Alcantilada num íngreme cabeço da serra do Gerês, ergue-se a capela de S. João da Fraga. Anualmente, pelo mês de Junho, é aqui que acorrem os moradores de Pitões das Júnias, cumprindo uma tradição religiosa cuja origem se desconhece. Da mesma forma, não parece haver notícia de quando e por quem foi construída a capela.
O percurso é belíssimo mas exigente do ponto de vista físico, pelo que muitos optam por ficar num carvalhal – Porto da Lage, esperando o regresso dos mais ousados, para continuar a festa. Apesar de tudo, verificarmos com satisfação, que muita gente de meia idade ainda rompe pela serra acima até à capelinha.
A penúltima vez que assistimos a esta tradição foi em 25 de Julho de 1995, se não nos falha a memória, e pudemos este ano testemunhar que a tradição tem-se mantido, apesar da falta do saudoso  “Zé do Outeiro” e do seu banjo.
Com excepção das viaturas TT que já estacionam no carvalhal, os foguetes continuam a ser atirados por mãos exímias, para que o grande anfiteatro serrano responda com o seu som inconfundível, muito embora uma ou outra cana tenha pretendido fazer-nos companhia.
O sacrifício comoveu o santo, que apesar de estar presente no Porto da Lage, abençoou-nos com uma grande chuvada, na altura mais importante da caminhada – o almoço!
Alguns TREPAMONTANHAS, já tinham até arranjado família de acolhimento, e conhecedores da habitual gentileza dos Pitonenses, serviam-se dos merendeiros sem cerimónia, passando ao “estreito” uma boa coxa de frango ou um naco do genuíno presunto transmontano.
Pois meus amigos, apesar da gula, a sorte esteve com eles, uma vez que regressaram de boleia à aldeia, enquanto alguns de nós tivemos de dar às botas, chegando ao café Celta, mais encharcados que cristão baptizado no rio Jordão.
Terminamos, esperando para no próximo ano cumprir de novo a tradição, sem bênção do santo, pois destes favores divinos francamente dispensamos. 


















Serra Amarela – Ermida – Bilhares – Lomba – Martiguim



Extensão – 11 km
Data -- 2010.06.22

      Optamos desta vez por uma visita às cabanas da Lomba e de Martiguim, locais que não visitávamos desde Setembro de 1999. Não fazíamos a mínima ideia como estavam os trilhos e qual o estado de conservação das cabanas, em especial o forno da Lomba, coroado com um ramalhete sobre o tecto, coberto com torrões, que tomam diversas tonalidades conforme a época do ano.
      Depois de passar Bilhares entramos no coração da serra, tomando o atalho para o ribeiro da Cova, que corre a meia encosta e vai permitindo observar algumas das chãs da Amarela que ficam para Norte. Só encontramos garranos e algum gado bovino. Vezeiras nem sinal, e não se vislumbrava que estivessem a cotas mais elevadas, para os lados das cabanas do Corisco ou do Colado da Porta.
     A descida para o ribeiro está completamente tomada pela vegetação tornando difícil e morosa a caminhada. Atravessamos a linha de água muito perto da sua junção com o ribeiro da Frieira iniciamos a penosa subida pela encosta que se forma entre as duas corgas. Sobe-se a muito custo evitando a vegetação e procurando os mariolas, descompostos e escondidos entre as giestas e a urze, o que significa que a sua utilização deve ser muito reduzida. Por fim atinge-se a zona aplanada que tem vistas soberbas para o Muro, Louriça e fojo de Martiguim.
    As cabanas da Lomba são duas, sendo uma em falsa cúpula e a outra do tipo forno, com o tecto coberto de torrões como é usual na serra Amarela. Encontram-se depois de atravessar um cercado murado com pedra e um pequeno regato. A entrada está virada para poente, oposta às antenas da Louriça. O seu aspecto é descuidado, significando que devem ser pouco utilizadas ou no limiar do abandono.
    O regresso à Ermida fez-se por Martinguim procurando a travessia do ribeiro da Cova agora mais a montante e subindo para a cabana por um pequeno trilho bem definido, que se distingue da chã da Lomba. O regresso fez-se procurando os mariolas que nos conduziram a Bilhares, por onde noutros tempos desciam os rebanhos até esta antiga branda.









































Serra da Peneda – Carralcova – Lombadinha e branda de Azevedo



Extensão – 8,8  km
Data – 2010.06.16

     Na encosta Oeste da serra da Peneda, fora dos limites do PNPG, abrigam-se diversas comunidades rurais de montanha, onde o pastoreio teima em resistir, a par com diversas actividades agrícolas, onde sobressai a cultura de sequeiro na branda de Azevedo.
     O percurso que efectuamos teve início no lugar da Igreja em Carralcova passando pela branda de Azevedo e caminhando em direcção à Lombadinha, acompanhando os muros dos campos, construído com o granito da região.
     Um pouco antes de atingir este último núcleo rural, é necessário atravessar nas poldras um pequeno regato, que nasce entre o alto da Cerqueira Grande e  o alto da Portelada.
     O regresso até Oucias faz-se sob a protecção de um extenso carvalhal que acompanha a margem direita do ribeiro de Porto Avelar. É necessário atravessar este ribeiro, tarefa que não deve ser fácil no Inverno. A partir do local da travessia sobe-se gradualmente até novo núcleo rural, denominado Oucias. Durante esta parte do percurso duas antigas cabanas de pastores em falsa cúpula, dão-nos as boas vindas à medida que abandonamos o carvalhal da margem esquerda. Nesta última povoação pode observar-se o moinho e a calçada, desviando para chegar ao ponto de partida num pulo.