Grau de dificuldade – Difícil
Extensão – cerca de
Data – 29 de Agosto de 2009
O Alto da Pedrada é o cabeço mais elevado do Alto Minho. Em dias limpos a visão é magnífica, para qualquer lado que tentemos perscrutar a paisagem. Num ápice passa-se do planalto barrosão a Santa Tecla na Galiza, da serra da Anta à Amarela ou de Castro Laboreiro às terras da Nóbrega. No entanto, este lugar privilegiado não está acessível a toda a gente, e só é atingível à custa de muito esforço.
Para reduzir a extensão da marcha, partimos do parque de campismo da Travanca, onde outrora foi uma branda. O cabeço sobranceiro, que dá pelo nome de Guidão, onde habitavam em perfeita harmonia bosques de coníferas e folhosas, ficou irreconhecível devido ao incêndio que deflagrou há cerca de cinco anos. Os madeireiros completaram a sua destruição com a abertura de acessos. Os efeitos da erosão são visíveis na calçada que sobe para os Currais Velhos, onde a urze e a giesta se entretêm a crescer, entre o que resta daquela bela calçada. Para os mais calejados nestas andanças, tratou-se de mais uma subida, contrastando com a expectativa e curiosidade de quem o fazia pela primeira vez.
Da Travanca subimos pela calçada até às cabanas dos Currais Velhos.
Ao longo do percurso o ambiente é desolador, restanto apenas algumas bétulas. O vale do Rio Grande, que mais tarde irá dar origem ao Ázere, também sofreu, mas aqui a regeneração parece revelar maiores progressos.
Atingido o muro na rechã que se forma por debaixo do Guidão, construído para evitar que o gado invadisse os terrenos da floresta, fugimos ao atalho para a branda da Cova e, depois de atravessada uma pequena linha de água, iniciamos a subida a meia encosta que nos levou até ao curral do Pedro.
Demoramos algum tempo a observar as cabanas e o voo das aves de rapina, que com curiosidade sobrevoavam o grupo, recuperando forças para atacar a parte final da subida até ao V.G. da Pedrada.
Na “garrafinha” o GPS a indicava
Descemos do Alto da Pedrada para a fonte dos azevinhos, com alguma dificuldade, pois conforme a vegetação vai crescendo, a descida a corta mato torna-se mais trabalhosa, a cada ano que passa.
Enchemos os cantis, almoçamos e houve quem até “passasse pelas brasas”.
Apanhamos o estradão e seguimos para os Bicos, fugindo ao desvio para a branda da Bragadela. Após observarmos o vale do Ramiscal e as cabanas do Alto das Bezerreiras, completamente abandonadas, continuamos pela calçada dos Bicos até ao fojo da Cabrita.
Na branda dos Bostejões, atalhamos por um antigo caminho, pouco perceptível devido à vegetação, que nos levou até ao desvio para Bostelinhos. Retomamos o estradão florestal, até cruzar com o outro que segue para Lamas de Mouro vindo da portela do Mezio. Neste local, bem perto da branda da Burzavó continuamos para a ponte do rio Grande e daqui até ao ponto de partida com o calor a apertar.
E assim terminamos esta marcha ao cabeço mais altaneiro do Alto Minho, onde os caloiros estiveram à altura dos veteranos. Para uns foi o relembrar de antigas marchas e para os mais novos foi a certamente a descoberta dos encantos da serra, onde o “bichinho da montanha”, os obrigará a regressar mais cedo ou mais tarde.
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