quarta-feira, 15 de abril de 2009

Na neve de Coura, à procura da Pia dos 4 Abades

10 Janeiro 2009 - 13 km - Fácil



Foi numa manhã solarenga mas fria, que partimos em direcção a Paredes de Coura, na busca da Pia dos 4 Abades. A tarefa não foi fácil, devido ao nevão do dia anterior, tendo chegado a impedir o trânsito automóvel nalgumas estradas. Ao passar a portela da Travanca, ainda havia muita neve na estrada e foi com muito cuidado, que conseguimos atingir o parque da igreja da Senhora da Pena, local onde iniciamos a marcha.
Depois dos preparativos habituais, partimos em direcção ao alto da Giesteira utilizando um caminho que ainda conservava um espesso manto de neve. À medida que avançávamos, avistavam-se os cabeços da Peneda pincelados de branco, a confirmar a intensidade dos nevões. Continuamos a marcha, enterrando as botas no tapete de neve que alcatifava o caminho, onde era perceptíveis as pegadas dalguns animais mais madrugadores. Antes de atingirmos o cimo, paramos para observar a paisagem granítica que tínhamos pela nossa frente, antes da subida final. Um extenso caos de blocos, acompanhados pelo “tor”onde assenta o vértice geodésico (vulgo marco geodésico) envoltos num manto branco, tal a quantidade de neve. Trepamos alguns blocos até descobrir a pia, continuando a marcha até Venade, após as fotos da praxe. O caminho, agora voltado a poente, permite ver a neve nos altos da serra d´Arga. Num ápice, atingimos aquele último aldeamento, progredindo em seguida nas abas do monte de S. Silvestre. Apesar do Sol estar frio como já referimos, iniciámos a procura de um local acolhedor para almoçar. Descemos entre as bouças de Porto Rabel e fomos procurar o aconchego da capelinha oitocentista da Senhora do Pilar. Muito perto, localiza-se um núcleo de moinhos de rodízio, que sofreram recentemente obras de recuperação através de um bem conseguido projecto de valorização rural.
Após almoço foi a vez de visitarmos aqueles engenhos, seguindo ao longo das levadas até ao Couto da Pinheira, local onde rumámos em direcção à eira comunitária de Porreiras, contribuindo para noutros tempos, a vila de Paredes de Coura fosse o celeiro do Minho. Após uma demorada visita, regressámos pelos caminhos do Monte das Veigas, sempre a pisar neve. Alguns dos companheiros já acusavam o desgaste ao caminhar tanto tempo sobre a neve, pelo que durante a subida final, foram inúmeras as paragens par aliviar o esforço, e também para deitar um último olhar para a linha da cumeada das serras da Peneda e da Boulhosa. Chegámos por fim junto das viaturas, rebuscando nas mochilas o que restava do farnel, pois o esforço final deixou marcas. A jornada terminou no café onde nos reunimos sempre que as jornadas de montanha nos levam às belíssimas terras de Coura.

Bicho







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