A Marcha do Penedo do Macaco, a efectuar na região de Paredes de Coura, tem uma extensão de 14 km e é classificada como Fácil.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
A Marcha do Penedo do Macaco, a efectuar na região de Paredes de Coura, tem uma extensão de 14 km e é classificada como Fácil.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Distância percorrida : Cerca de 12,5km
Grau de dificuldade : Fácil /Moderado
Âmbito do percurso Paisagístico
Cota máxima atingida : cerca de 826 m
O percurso atravessa as terras de Miranda, espaço montanhoso onde predominam lameiros e campos de cultivos, aos quais se junta em companhia harmoniosa um bosque misto, plantado pelo Estado Novo nos anos 40. Este magnífico pulmão verde, protege-se dos ventos dominantes pela vertente sul da Paisagem Protegida do Corno de Bico (PPCB), tendo sido florestado na mesma época, constituindo a denominada Mata Nacional (MN).
Ainda hoje não é difícil identificar os marcos em granito com as siglas MN. O seu plantio fez-se a partir dos viveiros do Grandachão, hoje abandonados, assim como a casa da Guarda Florestal e anexos.
Miranda, freguesia do concelho de Arcos de Valdevez, teve mosteiro beneditino – Mosteiro de Santa Maria de Miranda ( século XII ou inícios do século XIII ) do qual poucos vestígios restam, tendo sido fundado por S. Frutuoso, arcebispo de Braga. Foi D. Sancho I quem instituiu o couto daquele mosteiro. A igreja, ainda apresenta vestígios de um românico tardio, mas com as sucessivas alterações, encontra-se muito desfigurada. Adossada, encontra-se a casa da Comenda, que em 1590 substituiu o mosteiro, podendo observar-se um portal em granito, com armas seiscentistas.
São terras de forte apetência agrícola e pecuária e de grande beleza, sulcadas por pequenos cursos de água, sabiamente utilizados para o regadio. Nos cimos fica a floresta mediterrânica e alguns aldeamentos, com a típica arquitectura rural das zonas montanhosas.
A floresta, apresenta na Primavera e Outono uma panóplia de cores, graças às diferentes espécies vegetais, onde predomina o carvalho, o castanheiro e a bétula, em companhia dos inúmeros bosques ripículas que protegem uma fauna variada e dão cobertura a pequenos regatos, que furam por todo o lado, recortando campos e lameiros até chegar às poças de rega. Numa zona de cota mais elevada, situam-se os “ Penedos do Castelo “, de acesso muito difícil, para onde a população se deslocava no caso de ataque.
Não muito longe dos caminhos por onde passaremos, está a antela da cruz vermelha, marco divisório dos concelhos de Ponte de Lima, Paredes de Coura e Arcos de Valdevez, atestando ainda a antiguidade da ocupação destes espaços de montanha.
Na mata de Miranda, pelos trilhos do Gavião
À medida que ajustávamos as mochilas o primeiro olhar foi para os lados da Peneda e Amarela. Uma intensa bruma escondia as encostas, muito abaixo da linha de cumeada, não augurando nada de bom. A primeira paragem, fez-se no café da aldeia para cumprimentar o seu proprietário, pausa que alguns aproveitaram para matar o “vício”.
Depois, foi subir junto aos campos de cultivo e prados de feno, acompanhando o pequeno vale desenhado em conjunto pela natureza e aperfeiçoado pelo trabalho de gerações. Parámos de novo no entroncamento com o estradão florestal, onde aguardámos os mais atrasados e também o nevoeiro, que resolveu juntar-se ao grupo.
Continuámos sob a copa das árvores, subindo lentamente por um caminho de pé posto na companhia da linha de água que se forma para nascente do penedo do Gavião. Satisfazendo a curiosidade de alguns, fomos visitar a antela da Cruz Vermelha, local onde se encontram os concelhos de Ponte de Lima, Paredes de Coura e Arcos de Valdevez.
O nevoeiro, tornou-se ainda mais espesso, pelo que após a foto do grupo, regressámos ao percurso previsto. Um pouco mais à frente, e depois de várias tentativas escolhemos o local para almoçar. Além do “ice tea” do Manuel Ramos, o repasto estava delicioso. Porém, como tudo que é bom acaba depressa, a chuva intensificou-se e o que era previsto ser saboreado com dignidade, esfumou-se mais depressa do que um cachorro quente em madrugada festiva.
Após esta curta refeição, iniciámos o regresso caminhando para sul na direcção das Chãos. Com o tempo um pouco mais claro, aproveitámos para observar a extensa mancha de copas coloridas que constitui o bosque do viveiro do Agrochão, mãe de toda esta floresta. Por um estreito caminho entre bouças, sempre a descer, atingimos o local de partida. Foi pena que os belos trilhos que pisámos, linhas desajeitadas, por vezes quase imperceptíveis, não pudessem ter sido apreciados com melhores condições climatéricas, aspecto para o qual não foi possível obter a colaboração do S. Pedro.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
14 Março 2009 - 18 km – Moderado/ Alto
A introdução do milho nas montanhas do noroeste, provocou profundas alterações na organização do espaço serrano, obrigando ao cultivo daquele cereal nas terras mais baixas. Após as sementeiras, era então necessário deslocar o gado para os cimos aplanados, cujo solo tinha pouca aptidão para a agricultura mas, em contrapartida, ofereciam excelentes condições para a pastorícia. Estas deslocações para os altos da serra, ganhavam grande amplitude no Verão, designando-se aqueles lugares, por brandas de gado. Da mesma forma, os campos de cultivo a cotas elevadas e respectivas “habitações”, deram origem às brandas de cultivo. O assunto é mais complexo, mas não é o nosso objectivo aprofundar a questão, uma vez que existe documentação que trata este tema de forma muito completa.
As brandas das Gémeas e Porta Covelo, associam estes dois tipos de ocupação, justificando uma visita. Para quem as visitou e conheceu em tempos mais recuados, havia naturalmente alguma curiosidade em observar o seu estado actual.
Para trás ficaram anos de febril actividade, desde as sementeiras às vezeiras, e a utilidade de todo o património construído - calçadas, cabanas, pequenas pontes e levadas, que hoje aguardam o trabalho destruidor da intempérie. Note-se que o nome de Gémeas, advém do facto das cabanas, com o tecto em falsa cúpula, estarem associadas aos pares. Pois num belo sábado de Março, fomos visitá-las, partindo do lugar de Padrão. Uma íngreme calçada conduz-nos até à branda do Alhal, onde fizemos uma curta paragem para dar descanso ao corpo e ao mesmo tempo estender a vista para o vale do rio Vez.
As encostas transformadas pelo homem em pequenos socalcos, bordejados por videiras, formam uma extensa escadaria, onde domina a agricultura intensiva. O rio, corre no fundo do vale que se forma entre os contrafortes da serra da Peneda e a vertente sul da serra da Anta.
Retoma-se a caminhada para a branda das Gémeas, percorrendo um carreteiro, onde os sulcos produzidos nas lajes pelos antigos carros de bois perpetuam tempos de trabalho árduo. Estamos agora um pouco acima dos 1000 metros de altitude, num local donde podemos observar toda a extensão da branda. A visita faz-se sem pressas uma vez que parte do grupo desconhecia este espaço embora, para os veteranos nestas andanças seja a confirmação dum abandono sem limites. Os rebanhos escasseiam, assim como os gritos dos pastores – Héééé!! Chibooo!!. Faltam os sonoros toques de búzio quando o lobo era avistado e falta sobretudo a presença humana.
Há ainda que palmilhar a subida até Porta Covelo, com o calor a fazer sentir os seus efeitos. O piso do caminho não ajuda, pelo que os mais desgastados iniciam um coro de protestos que só termina quando finalmente parámos numa pequena rechã. Após almoço, iniciamos o regresso, descendo pela encosta do Menjoeiro, visitando em seguida a branda do Rio Covo, com os seus belíssimos bosques. A parte final do regresso foi dedicada de novo à fotografia dos socalcos e pequenos aldeamentos encaixados no vale do rio Vez, descendo-se lentamente até ao povoado onde iniciámos a marcha.
Bicho
Depois dos preparativos habituais, partimos em direcção ao alto da Giesteira utilizando um caminho que ainda conservava um espesso manto de neve. À medida que avançávamos, avistavam-se os cabeços da Peneda pincelados de branco, a confirmar a intensidade dos nevões. Continuamos a marcha, enterrando as botas no tapete de neve que alcatifava o caminho, onde era perceptíveis as pegadas dalguns animais mais madrugadores. Antes de atingirmos o cimo, paramos para observar a paisagem granítica que tínhamos pela nossa frente, antes da subida final. Um extenso caos de blocos, acompanhados pelo “tor”onde assenta o vértice geodésico (vulgo marco geodésico) envoltos num manto branco, tal a quantidade de neve. Trepamos alguns blocos até descobrir a pia, continuando a marcha até Venade, após as fotos da praxe. O caminho, agora voltado a poente, permite ver a neve nos altos da serra d´Arga. Num ápice, atingimos aquele último aldeamento, progredindo em seguida nas abas do monte de S. Silvestre. Apesar do Sol estar frio como já referimos, iniciámos a procura de um local acolhedor para almoçar. Descemos entre as bouças de Porto Rabel e fomos procurar o aconchego da capelinha oitocentista da Senhora do Pilar. Muito perto, localiza-se um núcleo de moinhos de rodízio, que sofreram recentemente obras de recuperação através de um bem conseguido projecto de valorização rural.
Após almoço foi a vez de visitarmos aqueles engenhos, seguindo ao longo das levadas até ao Couto da Pinheira, local onde rumámos em direcção à eira comunitária de Porreiras, contribuindo para noutros tempos, a vila de Paredes de Coura fosse o celeiro do Minho. Após uma demorada visita, regressámos pelos caminhos do Monte das Veigas, sempre a pisar neve. Alguns dos companheiros já acusavam o desgaste ao caminhar tanto tempo sobre a neve, pelo que durante a subida final, foram inúmeras as paragens par aliviar o esforço, e também para deitar um último olhar para a linha da cumeada das serras da Peneda e da Boulhosa. Chegámos por fim junto das viaturas, rebuscando nas mochilas o que restava do farnel, pois o esforço final deixou marcas. A jornada terminou no café onde nos reunimos sempre que as jornadas de montanha nos levam às belíssimas terras de Coura.
Bicho