segunda-feira, 11 de junho de 2012

Caminho Português de Santiago - 6ª Etapa


6ª Etapa

Redondela – Pontevedra



Data……………………..2012-06-09
Distância percorrida……….19.3 Kms


Como sempre e para não variar o tempo estava de chuviscos mas já nada demove este grupo de peregrinos. Também já estamos perto do objectivo, Santiago.
Como entre portugueses não pode falhar o café,  lá foram grande parte dos elementos tomar a chicória Galega, que já começa a parecer-se com o nosso. Só  faltou  o tradicional “cheirinho”.
            Na saída de Redondela, já o grupo dos apressados ia adiantado quando um chamamento os fez voltar para atrás e subir a rua,  a título de carimbar a credencial na igreja de Santiago. Como era de esperar encontrava-se fechada, que é o que acontece na maior parte das igrejas devido aos roubos de arte sacra, ao que parece mais frequentes do que cá no nosso rectângulo. Aproveitamos para tirar a fotografia de família que teve de ser bem coordenada com a autêntica e já famosa Paparazzi Giselda.
            O caminho era mais ou menos plano tudo correu sem sobressaltos, a não ser aquelas chamadas de atenção para se desviarem para as bermas, porque os ciclistas iam passar e não usam campainhas para assinalar presença. Era malta nova, alegres e bem dispostos.
            Será que estavam a tentar a emigração clandestina como nos anos 60, em que o país não dava nada a ninguém e só cobrava taxas e mais taxas sobre o trabalho escravo?
Será que ouviram o primeiro-ministro a mandá-los emigrar, porque o país que nos viu nascer despreza os seus naturais e quer-se ver livre de empecilhos e eles seguiram esse exemplo?
            Relativamente ao que foi dito à geração à rasca, lembro um saudoso professor que tive, que, quando nas chamadas ao quadro se dizia alguma asneira, só dizia em voz alta “Vai-te sentar. Infeliz Pátria que tal português pariste!!! Já que estamos a mexer em estrume venha de lá  mais um cesto. Nº x venha ao quadro”. Este desabafo adapta-se na perfeição.
            Chegamos a Arcade, bem cedo e como não tínhamos ainda carimbado a credencial dirigimo-nos ao Posto da Guarda Civil onde com toda a cortesia nos foi dito que só lá podia ir uma pessoa com todas as credenciais. Houve logo uma voluntária para ver se era alto e espadaúdo o agente que estava de serviço. Pelos vistos foi uma desilusão. Para estes casos sigam o slogan “Prefira os produtos nacionais”.
            A partir daqui queimamos tempo porque a Ponte Sampaio era logo a seguir e o almoço tinha lá o sítio reservado.
Chegados ao local, pouco antes do meio-dia, os mais interessados leram os placards onde é narrada a batalha entre as forças regulares espanholas e as milícias populares galegas que enfrentarem com valentia o 6º Corpo do Exército Francês comandado pelo marechal Michel Ney. Nesta batalha os soldados de Napoleão foram obrigados a retirar, tendo este episódio posto fim à presença francesa na Galiza, há precisamente 203 anos (7 a 9 de Junho de 1809). Esta é uma folha da gloriosa história da Pátria Galega.
Pena é que do lado de cá até acabem com um feriado, o mais importante de todos aqueles que temos, o 1º de Dezembro, onde “40 ou poucos mais” conseguiram tirar-nos do jugo da tirania dos Filipes e restituíram as quinas e os castelos à Pátria e voltamos, após 60 anos de domínio espanhol, a ser portugueses. Será que estes “cestos de estrume” como dizia o meu velho professor não estudaram história?
Povo sem memória não tem futuro e governos que desprezam os valores Pátrios são terroristas e traidores.
No almoço,  como sempre, comemos e bebemos de tudo um pouco e do melhor.
Como esperamos que o S. Pedro nos dê tréguas na próxima semana, já marcamos um evento onde o nosso “Chakall” Diamantino irá certamente brilhar e meter inveja às senhoras com os seus dotes culinários.
Retomado o caminho foi com tristeza que constatei que a pontelha do Ulló sobre o rio do mesmo nome caiu não sei se o motivo foi alguma intempérie ou velhice.  O certo é que agora aquele gracioso arco foi substituído por mais um mamarracho metálico.
Desta vez chegamos ao destino bem cedo, o que nos deu para chegarmos a casa a tempo de sofrermos mais um desgosto, a derrota com a Alemanha.
Neste país só há desgostos. É por isso que somos um povo triste e sabemos como ninguém chorar o fado. É o país que temos!!!




































































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