6ª Etapa
Redondela – Pontevedra
Data……………………..2012-06-09
Distância percorrida……….19.3 Kms
Como sempre e
para não variar o tempo estava de chuviscos mas já nada demove este grupo de
peregrinos. Também já estamos perto do objectivo, Santiago.
Como entre
portugueses não pode falhar o café, lá
foram grande parte dos elementos tomar a chicória Galega, que já começa a
parecer-se com o nosso. Só faltou o tradicional “cheirinho”.
Na
saída de Redondela, já o grupo dos apressados ia adiantado quando um chamamento
os fez voltar para atrás e subir a rua,
a título de carimbar a credencial na igreja de Santiago. Como era de
esperar encontrava-se fechada, que é o que acontece na maior parte das igrejas
devido aos roubos de arte sacra, ao que parece mais frequentes do que cá no
nosso rectângulo. Aproveitamos para tirar a fotografia de família que teve de
ser bem coordenada com a autêntica e já famosa Paparazzi Giselda.
O
caminho era mais ou menos plano tudo correu sem sobressaltos, a não ser aquelas
chamadas de atenção para se desviarem para as bermas, porque os ciclistas iam
passar e não usam campainhas para assinalar presença. Era malta nova, alegres e
bem dispostos.
Será
que estavam a tentar a emigração clandestina como nos anos 60, em que o país
não dava nada a ninguém e só cobrava taxas e mais taxas sobre o trabalho
escravo?
Será que
ouviram o primeiro-ministro a mandá-los emigrar, porque o país que nos viu
nascer despreza os seus naturais e quer-se ver livre de empecilhos e eles seguiram
esse exemplo?
Relativamente
ao que foi dito à geração à rasca, lembro um saudoso professor
que tive, que, quando nas chamadas ao quadro se dizia alguma asneira, só dizia
em voz alta “Vai-te sentar. Infeliz
Pátria que tal português pariste!!! Já que estamos a mexer em estrume venha de
lá mais um cesto. Nº x venha ao quadro”. Este desabafo adapta-se na perfeição.
Chegamos
a Arcade, bem cedo e como não tínhamos ainda carimbado a credencial
dirigimo-nos ao Posto da Guarda Civil onde com toda a cortesia nos foi dito que
só lá podia ir uma pessoa com todas as credenciais. Houve logo uma voluntária
para ver se era alto e espadaúdo o agente que estava de serviço. Pelos vistos
foi uma desilusão. Para estes casos sigam o slogan “Prefira os produtos
nacionais”.
A
partir daqui queimamos tempo porque a Ponte Sampaio era logo a seguir e o
almoço tinha lá o sítio reservado.
Chegados ao
local, pouco antes do meio-dia, os mais interessados leram os placards onde é
narrada a batalha entre as forças regulares espanholas e as milícias populares
galegas que enfrentarem com valentia o 6º Corpo do Exército Francês comandado
pelo marechal Michel Ney. Nesta batalha os soldados de Napoleão foram obrigados a retirar, tendo este
episódio posto fim à presença francesa na Galiza, há precisamente 203 anos (7 a 9 de Junho de 1809). Esta é
uma folha da gloriosa história da Pátria Galega.
Pena é que do
lado de cá até acabem com um feriado, o mais importante de todos aqueles que
temos, o 1º de Dezembro, onde “40 ou poucos mais”
conseguiram tirar-nos do jugo da tirania dos Filipes e restituíram as quinas e
os castelos à Pátria e voltamos, após 60 anos de domínio espanhol, a ser portugueses.
Será que estes “cestos de estrume” como dizia o meu velho professor não
estudaram história?
Povo sem
memória não tem futuro e governos que desprezam os valores Pátrios são terroristas e
traidores.
No almoço, como sempre, comemos e bebemos de tudo um
pouco e do melhor.
Como esperamos
que o S. Pedro nos dê tréguas na próxima semana, já marcamos um evento onde o
nosso “Chakall” Diamantino irá certamente brilhar e meter inveja às senhoras
com os seus dotes culinários.
Retomado o
caminho foi com tristeza que constatei que a pontelha do Ulló sobre o rio do
mesmo nome caiu não sei se o motivo foi alguma intempérie ou velhice. O certo é que agora aquele gracioso arco foi
substituído por mais um mamarracho metálico.
Desta vez
chegamos ao destino bem cedo, o que nos deu para chegarmos a casa a tempo de
sofrermos mais um desgosto, a derrota com a Alemanha.
Neste país só
há desgostos. É por isso que somos um povo triste e sabemos como ninguém chorar
o fado. É o país que temos!!!
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