Distância percorrida ………………..cerca de 11,8 km
Data ……………… ……………………….2012-03-11
A esmagadora maioria destas brandas, pertence à freguesia de Cabana Maior. Foram brandas de gado. Há muito anos que perderam utilidade, mas continuam presentes no silêncio da serra, para que recordemos a sabedoria e a persistência das comunidades que as construíram e tão sabiamente as enquadraram com a Natureza.
Pela velha calçada dos Currais Velhos, que os madeireiros interromperam aqui e ali, mas que ninguém tratou de mandar corrigir, atingimos o muro do Guidão e a rechã que se estabelece entre as brandas da Cova e Cobernos. De um lado e doutro da velha calçada, persiste o cenário de terra queimada, resultante do último incêndio. Todo o coberto vegetal e arbóreo do Guidão desapareceu!
A partir da branda dos Cobernos, dobramos a encosta. Contornarmos um dos afluentes do rio Grande, procuramos passagem entre o giestal, e chegamos à Bragadela na hora certa para almoçar.
Já temos presenciado acontecimentos insólitos nesta branda e desta vez não fugiu à regra, assistindo à perda da “virgindade etílica”, de um dos nossos companheiros de jornada. Para que isso não bastasse, o encarregado de colocar as “botelhas” na nascente, esqueceu-se do local, e foi o bom e o bonito para as encontrar. Com as morcelas assadas por mãos exímias, deu-se para espanto geral, a tal conversão ao deus Baco. Um companheiro mais atento e com veia poética, dedicou ao momento, a quadra que transcrevemos:
Bebeu branco, provou tinto
Do Alvarinho gostou
E desta forma tão simples
A virgindade acabou!
Continuamos pela Branda da Chã da Portela, subimos ao coto da Lusença e descermos até à branda da Chão das Torres. A cota superior, pelo trilho que vai à fonte da Portela, descia o gado enquadrado por dois pastores a cavalo. Encontramo-nos junto dos mariolas da Pontinha da Portela. Dirigiam-se para Bostelinhos. Nós seguimos para a branda da Piorneda e daqui para a Bidoeira, onde fizemos nova pausa.
Abandonamos a Burzavó pelo velho caminho que morre no estradão florestal. Pelo trilho que vai á Cabeça da Lage, atalhamos à Travanca, onde foi “plantado” um parque de campismo, que pelos vistos tem tanta utilidade como as brandas que visitamos.
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