Etapa – C. Laboreiro – Santuário da Senhora da Peneda
Extensão ----- 16,5 km
Data ------- 2011.10.05
Batiam as nove e meia da manhã no campanário da igreja românica de Castro Laboreiro, quando nos metemos ao caminho.
Pela Cramadoira com a Fraga das Rúbias à nossa esquerda, atingimos a Assureira, sem sobressaltos. Nas zonas onde os carvalhais fecham a copa sobre o caminho, os mosquitos fazem-nos companhia, circunstancia que nos obrigou a andar mais depressa. Na Assureira, além da visita à ponte e à capela de S. Braz, impõe-se um desvio para observar a ponte da Cava da Velha, já fora do itinerário. Retrocedemos para tomar o caminho, que subindo ligeiramente, atravessa a ponte tardo-medieval da Dorna, conduzindo-nos até à última inverneira do percurso, denominada Entalada.
Procuramos então a entrada para o “trilho dos romeiros” que sobe até uma ampla rechã, iniciando por assim dizer a parte selvagem do percurso, umas vezes escondido na vegetação, outras referenciado por mariolas ou pelos sulco criados na rocha por quem palmilhou estes lugares, durante décadas. Um pouco à frente das Cruzes, o cenário é fabuloso. Paisagens graníticas que se estendem para lá da Ameijoeira, atravessando a raia, emergindo ainda as brandas para os lados do Giestoso. A zona onde estamos é agreste, sem vegetação, verdadeiro anfiteatro esculpido pelos fenómenos geológicos. Romeiro que atravesse estas paragens, terá sem dúvida a sua penitência cumprida na íntegra. A fraturação é intensa para os lados do vale do rio da Peneda, que não é possível observar, devido à barreira de granito que temos por poente. Observa-se porém com facilidade, a Chã da Matança e o trilho que corre para aquelas paragens. Continuamos, atravessando a linha de cumeada, passando entre os cabeços de Felgueira Ruiva e o Salgueiral. Um pouco mais à frente a paisagem transforma-se. A descida para o santuário, atravessa um bosque de pinheiros bravos. Num pulo, estamos na calçada que vai direita à pontelha do rio Peneda. A sua descida, obriga a diversas paragens, pois não é todos os dias que se observa o santuário, os quartéis, o povoado e o imenso escadório de uma posição tão elevada. A fraga da Meadinha, coroada pelo Penameda, vigia a nossa descida, mostrando-nos uma equipa a escalar o seu dorso, cuja progressão nos prendeu a atenção durante bastante tempo. Concluímos com satisfação a travessia da Peneda, ao mesmo tempo que uma crescente saudade nos ia invadindo, à medida que a hora de nos despedirmos da serra chegava.
Terminamos como sempre, no Borralho, na antiga vila do Soajo, para reconforto da alma e do estômago, já que em Rouças só fazem reparações…
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