domingo, 4 de julho de 2010

Serra Amarela – Marcha pelas cabanas da Ermida


Extensão – 13 km
Data – 2010.07.03
  A freguesia de S. Silvestre da Ermida, mais conhecida por  Ermida, teve como Vilarinho das Furnas o seu regime pastoril e curiosamente não apresentavam diferenças  significativas.
   Enquanto em Vilarinho o pastoreio organizado colectivamente para  qualquer tipo de gado era designado por vezeira, na Ermida havia diferenças. Assim, para os rebanhos do  gado ovino ou caprino o pastoreio tinha o nome de vigia, as passo que para o gado bovino a designação adoptada era a mesma de Vilarinho. As diferenças entre aqueles dois povoados serranos, residiam como é natural  naquilo que orientava o aproveitamento dos pastos face ao condicionalismo geográfico de cada um dos dois povos.
    Os fornos da serra Amarela são mais espaçosos que os cortelhos da serra da Peneda, apesar da habitual rudeza utilizada na construção destas cabanas. A cobertura nos fornos da serra Amarela é efectuada com torrões sobre a falsa cúpula diferenciando-as das da Peneda, embora no Gerês se encontrem os dois tipos de cabanas.
   Abandonando a aldeia subimos pela calçada até ao Vidoal até vermos ao longe as cabanas da Serra Boa que ficam junto à corga da Telheira. A primeira é uma cabana em falsa cúpula e as outras duas são fornos. Não se vislumbram grandes indícios de utilização, uma vez que o carreiro que desce para as cabanas está “tapado” obrigando a  corta–mato. Do forno a cota mais elevada arranca um trilho a meia encosta entre o Corisco e o cabeço de Lundãs, que nos conduz ao próximo curral, delimitado com pedra tosca e cabana onde encontramos algum gado a pastar. A carta militar designa este local como Martinguin, mas o fojo de Martinguim é a cota muito mais elevada. Sem termos a certeza, este curral será o que o povo da aldeia designa de Londãos, utilizado pela vezeira das vacas. Com efeito, ele fica muito próximo do cabeço de Lundãs, único local da serra onde encontramos o gado.
   Decidimos subir até à cabana do Corisco, que fica à cota dos 1055 metros onde almoçamos sob a  copa de um azevinho centenário. A cabana fica encostada ao cabeço granítico do Corisco, dentro de um curral também em pedra tosca. Já na parte superior da subida, perto de um malhão a paisagem é magnífica. À vista desarmada vê-se perfeitamente a cidade de Viana do Castelo e as serras d´Arga e Santa Luzia. As antenas da Louriça estão bem próximas bem como o que resta do fojo de Martinguim e do forno no Calado da Porta, assim como se avista toda a serra da Peneda e Castro Laboreiro.
  Descemos pelo mesmo caminho observando o forno da Lomba. Já a meia encosta procuramos o trilho para aquele local, descendo ao ribeiro da Cova e subindo a custo até ao curral. Aqui há também uma pequena cabana em falsa cúpula do tipo cortelho da Peneda. Procura-se então o caminho para Bilhares,tomado pela vegetação, pelo que tem que se fazer corta-mato e rumo para a confluência deste ribeiro com o da Frieira, onde há umas poldras “naturais” e uma ponte mais a montante. Seguimos então o trilho para a branda de Bilhares pela encosta sobranceira ao Porto da Lage, continuando para a Ermida.


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