Extensão –
Data – 2010.07.10
Para completar o curriculum de alguns companheiros, combinamos uma visita a algumas das brandas do Lindoso - Bugalhedo, Travanquinha e Rebordo Feio.
Por um antigo caminho brandeiro, hoje intersectado pelo estradão florestal, atingimos a custo, a encosta sobranceira à Travanquinha. A cota mais elevada espreita-nos o V.G. do Rebordo e na nossa frente o imenso lago constituído perla albufeira do Lindoso. A paisagem enriquece-se ainda com as cristas da Peneda em contraste com os lombos suaves do planalto de Castro Laboreiro, donde emerge o Pena de Anemão. Do lado espanhol, Santa Eufémia encabeça a vertente abrupta que delimita a fronteira com o país vizinho, e que tem permanecido inalterável.
Subimos à procura do estradão, pelo caminho que vem dos lados da Fulgueirinha. No cruzamento, rumamos em direcção ao Rebordo Feio. A cabana mais recente, local de poiso de pastores e caçadores, fica junto à estrada e reúne excelentes condições para confraternizar. Num ápice a mesa estava posta para saciar os caminheiros, pois a subida exigiu esforço.
As morcelas depois de assadas por gente experiente levavam sumiço, na companhia do verde fresquinho e da boa de milho. Apareceram ainda alguns dissidentes a optar pelo maduro, mas coisa de pouca importância. Em breve a mesa estava limpa que nem paramento de altar e as mochilas esvaziadas.
Olhamos uns para os outros, espantados com a rapidez do picanço. Um ou outro mais desconfiado, espreitava para os bolsos, à procura de qualquer indício, que denunciasse um desvio ilícito, mas sem êxito.
Sem argumentos para continuarmos sentados fomos visitar as restantes cabanas, à moda da serra Amarela. Da mais afastada observa-se muito bem a mata do Cabril encaixada numa profunda garganta e a cabeceira do rio.
A corta-mato descemos para o Bugalhedo e daqui aos viveiros, retomando o caminho inicial.
Quando chegamos ao Lindoso, reparamos que havia grande festa - Malhada do Centeio. Na eira comum o baile estava animadíssimo com tocadores de concertina e tudo. O que nos intrigava não era o baile, mas a quantidade de gente de prato e malga na mão, sem descortinarmos a origem.
Porém, às vezes o Mundo é mesmo pequeno! Mão amiga acena-nos do local mais importante da festa - a cozinha improvisada, com dois panelões maiores que os sinos de Mafra. A princípio ainda fomos servidos com alguma cerimónia, ou seja a cortar na “ração”.
Alguém teve contudo artes, de descobrir amigos comuns com quem servia os pitéus. A partir dessa altura tudo mudou, e fomos brindados com uma chanfana a preceito, acompanhada por um tinto encorpado à moda da Barca, de lhe fazer continência.
Antes de partirmos, tivemos o cuidado de confirmar que para o próximo ano, a festa repete-se, pelo que iremos sem dúvida repetir a caminhada.
Só faltou um pezinho de dança.
ResponderEliminarUm abraço
Isidro Rebelo