(S. Bento do Cando, Bugalinhas, Junqueira, Gorbelas, Fragas do Ramisquedo, Seida, Fojo do lobo, Lamas de Vez, Buzgalinhas, S. Bento do Cando).
Extensão do percurso…………….cerca de
Data……………………………………… 2012.09.22
A maior preocupação das povoações serranas, quando o gado permanecia por longos períodos de tempo nas pastagens mais elevadas, era sem dúvida o lobo. A partir do momento, em que a sua cadeia alimentar foi desarticulada pelo Homem, alterou as suas rotinas de caça, atacando os rebanhos, podendo causar prejuízos incalculáveis à débil economia das povoações de montanha.
Face a este perigo, os povos da serra do Soajo, foram desenvolvendo e aperfeiçoando estratégias, para dar luta ao seu maior inimigo. Surgiram os fojos, que não são mais do que armadilhas permanentes, construídas, neste caso, a partir do granito da região, fruto de um enorme esforço coletivo.
A proteção dada ao lobo pela Convenção de Berna, em 1979, determinou a proibição das montarias, deixando aquelas estruturas sem utilidade. O fojo do Soajo, fica situado bem no coração da serra, no seguimento da linha da cumeada que desce do Alto da Pedrada para o planalto da Seida, numa zona de convivência entre pastagens e vegetação rasteira, não muito longe da nascente do rio Vez. Nesta zona aplanada da serra, virados a Lamas de Vez, erguem-se os cabeços da Bragadela e Colmadela. O primeiro ( fojo de Cabreiro), virado à Seida e o outro no sentido oposto, não muito distantes do fojo da Lombadinha, este último do tipo “fojo da cabrita”.
Atribui-se a D. João I, a autorização dada em exclusividade à "vila" do Soajo, para promover e organizar a montaria ao lobo, privilégio de que ainda hoje, será certamente motivo de orgulho para os Soajeiros. Na montaria, todas as aldeias da serra participavam e tinham os seus itinerários bem determinados, transmitidos de pais para filhos .As corgas e encostas eram batidas pelo povo, em grande algazarra, de varapau na mão, rufando tambores, rebentando petardos ou dando tiros de pederneira. Se a "fera" era abatida, ou na fuga se precipitava no poço do fojo, então a festa era ainda maior. Para aqueles que tiveram o privilégio de presenciar este acontecimento, jamais esquecerão o facto de terem sido protagonistas e ao mesmo tempo espectadores. Segundo nos contaram, tudo acabava na corga das Forcadas, sacando do farnel e bebendo do carrascão, que isto de subir corgas ou descer encostas, não se faz sem grande esforço.
O percurso que efectuamos, foi em parte semelhante ao de Junho de 2007, com um grupo de amigos em que apanhamos um denso nevoeiro, obrigando-nos a alterar o plano do passeio. Foi uma dura caminhada, onde houve tombos, escorregadelas, etc…, terminando como estava previsto em S. Bento do Cando com 18 km , nas pernocas, o que para alguns foi bastante pesado. Em homenagem ao grupo, publicamos a "foto de família", lamentando que um deles, o Fernando Sousa, grande amigo e companheiro, já não esteja entre nós.
Começa a tornar-se rotina, o tempo não estar de feição sempre que visitamos estas paragens.pois o vento e os indícios de que o mau tempo iria aparecer, foram-se tornando visíveis à medida que progredíamos para o interior da serra. Além das brandas da Gavieira ( S. Bento do Cando, Buzgalinhas, Junqueira e Gorbelas) que são brandas mistas, ou seja, de gado e cultivo, passamos pela branda da Seida ( branda de gado). que pertence a um dos lugares do Soajo. Ainda demos um salto às fragas do Ramisquedo para ver a antiga lagoa glaciar, atualmente soterrada. Depois foi visitar o "mariola & o sofá da Seida", onde foi tirada a fotografia do grupo há cerca de 5 anos, regressamos após a travessia do rio Vez, local onde anos atrás, com um reduzido grupo de apreciadores destas paragens, atolámos o Mitsubishi Pajero do Moreno de Sousa.