Extensão ------- 21,5 km ( Início e fim no parque da P. do Homem)
Data ---------2011.04.13
Data ---------2011.04.13
A subida aos Carris, constitui uma das clássicas caminhadas da serra, bem conhecida pelos montanhistas. Por ali passam também as marchas de travessia. O percurso não tem que enganar, está descrito de diversas formas e por muita gente. Pouco mais se pode escrever, mesmo que seja para amaldiçoar aquele piso de pedras roladas, que torna o percurso cansativo. Contudo, é neste caminho que se observam algumas das mais belas paisagens do Gerês. Além disso, pode aproveitar-se para observar a morfologia do vale do rio Homem, com um perfil longitudinal em escada, representado logo no início do trilho pela piscina natural junto à ponte de S. Miguel e ainda os diversos vestígios subglaciários.
Talvez seja porém altura, de recordar antigas caminhadas, que por este ou aquele motivo marcaram a nossa memória. A primeira vez que subimos aos Carris foi em 14 de Janeiro de 1995. Estava um daqueles dias que ninguém costuma encomendar, com chuva miudinha e nevoeiro, alem do frio que se fazia sentir. As edificações das minas, ainda tinham os telhados, pelo que almoçamos abrigados, num dos edifícios perto da capela. Não vimos quase nada, pois o nevoeiro era intenso, mas recordo-me de termos contornado a represa. Ficou o apetite para novas aventuras, e mais tarde para as travessias da serra. Em Janeiro de 1999, um de nós furou a sola da bota antes de atingirmos a ribeira do Madorno, e não ouve outra alternativa senão andar com a bota furada, pisando a cascalheira. Pouco tempo depois, numa marcha de travessia com o amigo Jorge Ribeiro, partimos muito tarde de Pitões. Ainda passamos junto ao Pico da Nevosa com alguma luz, mas depois das Abrótegas tivemos de usar os frontais. Apesar de ser um utensílio para andar sempre na mochila, poucos o tinham consigo, pelo que até à Portela do Homem, ainda houve uns valentes trambolhões. Em Julho de 2005, um amigo pouco habituado a percursos do género, fez-nos companhia em nova travessia. No total éramos quatro. Até à ribeira das Negras, a coisa andou. Ao chegar à portela dos Cornos de Candelas, quando se avista o S. João da Fraga, a fadiga atacou-o. Pensamos que teríamos de pernoitar na serra. Valeu porém o Red-Bull do João Vieira e a água dalguns ribeiros. Foi com a ajuda desta bebida “ milagrosa” que conseguimos chegar a Pitões ainda com dia, apesar das imensas paragens.
É com satisfação que verificamos terem recuperado o abrigo pastoril na Chã das Abrótegas. O desvio para os Cocões do Coucelinho lá está à beira da ponte, que ainda conhecemos em madeira, assim como a das Águas Chocas. Estamos certos de que ainda são os mesmos mariolas que nos guiaram há um bom par de anos, num belo tour até às minas do Borrageiro. Na Chã do Teixo, ou seja no local da confluência do rio Homem com Corgo do Salgueiro da Amoreira, nunca vimos um único exemplar daquela espécie. Em contrapartida pareceu-nos que o bosque de Pinus sylvestris se tem expandido e está exuberante. Do resto tudo igual, com os edifícios das minas em estado lamentável e mais lixo no trilho do que há 16 anos, apesar da apertada vigilância que hoje existe.
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