terça-feira, 27 de julho de 2010

Serra Amarela - Travessia - Vilarinho das Furnas - Lindoso



Extensão - 16,8 km

Data - 2010.07.24

     Partimos bem cedo de Viana do Castelo, uma vez que era imperioso deixar algumas viaturas no Lindoso, para o regresso. Atravessamos a serra pelo Germil e estacionamos as restantes viaturas junto ao "tranqueiro" que impede o acesso à aldeia submersa de Vilarinho das Furnas.
     O calor ainda não se fazia sentir e como o percurso até ao moinho não tem grandes oscilações de cota, não houve reclamações. A próxima etapa tinha como objectivo o curral de Toutas. A subida é dura e mesmo recordando aos "maçaricos" que por aqui deve ter passado Miguel Torga e o seu guia Fecha, conforme aquele relata no seu diário, nem isso motivou os companheiros de jornada.
     Ao subir lá fomos deparando com o "penedo fundido" e o cá em baixo o "penedo das colmeias", que é como lhe chamamos. Quando o trilho faz uma volta mais pronunciada para nascente, depois da travessia da linha de água, encontramos os pastores que regressavam dos currais do lado espanhol, com quem estivemos a conversar.
     Atingimos Toutas com uma paisagem indiscritível da cumeada do Gerês, entretendo-nos a distinguir os cabeços mais conhecidos. Continuamos até ao que resta da cabana de Porto Covo, com o curral de Peijoanas na mira das objectivas. Paramos um pouco para observar a paisagem e preparar a subida até à cabana do Ramisquedo, onde tiramos mais uma foto do grupo.
     O calor apertava, pelo que decidimos atalhar até ao estradão que ficou por concluir, e que ligaria a Louriça à Portela do Homem. O atalho não parecia difícil e poupava caminhar mais para nascente, apesar de perdermos a beleza do carvalhal do Ramisquedo. Por outro lado, há cerca de um ano tínhamos feito o percurso sem dificuldade. Não estava porém nas previsões o rápido crescimento da urze e restante vegetação. Após termos rompido uns bons cem metros, já havia reclamações desde a perda de óculos até máquinas fotográficas. Porém a eficiente "batida" dos companheiros mais recuados, permitiu recuperar tudo aquilo e arranjar forças para chegar a Sonhe.
     Almoçamos aqui, à sombra de um giestal, com o "jardim d´Armada" por testemunha e um horizonte sem Limites. Face ao calor que se fazia sentir decidimos não subir à Louriça. Retomamos a marcha caminhando pelo estradão até à cabana mais recente do Rebordo Feio, onde atestamos os cantis.
     A partir daqui, atalhamos para a cabana da Travanquinha fugindo ao estradão, e procurando o antigo caminho brandeiro, continuamos pela Cumieira, passando ao largo dos viveiros de Porto Chão. Caminhando sob os bosques que ainda restam, atravessamos de novo a estrada florestal e continuamos por caminho antigo até ao Lindoso,onde desta vez não havia chanfana à nossa espera.
     Por esta razão apenas demoramos o tempo necessário para nos hidratarmos,regressando de novo à barragem onde nos aguardavam as restantes viaturas. Pouco tempo houve para comentar as peripécias da marcha, assunto que faremos nas próximas actividade.


terça-feira, 20 de julho de 2010

Serra Amarela – Da branda de Bilhares ao Fojo de Martinguime


Extensão 17.8 Kms

Data - 2010/07/17 


          Numa zona de profundas ravinas que descem do alto da serra, está edificado o fojo do lobo de Martinguime. Os seus muros convergem em ângulo agudo e o vértice tem um fosso sobre uma profunda corga. As paredes terão cerca de 2 m em altura e algumas aberturas, por onde se atravessa para o seu interior. A  urze e a giesta têm progressivamente tomado conta dos muros, em especial as extremidades próxima do fosso.
          No alto da serra há ainda outros dois fojos, que terminam também em profundas corgas. Um deles localiza-se muito perto deste, dirigindo os muros para a ribeira das Furnas. O outro localiza-se abaixo da Louriça, visível do estradão florestal, dirigindo os muros para o Ramisquedo. De qualquer forma são de menor envergadura que o fojo do Soajo, no poulo da Seida, mas do mesmo tipo, ou seja, de paredes convergentes. Também se chega a Martinguime pela Corga da Telheira, fazendo uma dura subida, depois de passar as cabanas da Serra Boa.
          Partimos de Bilhares e cortamos ao Couto pelo Porto da Lage. Do Bugalhedo subimos para o Rebordo e daqui até à branda de Sone, atalhando sempre que podíamos.
         Na Louriça, apanhamos o carreiro para a Chã da Fonte que abandonamos, para caminhar um pouco junto ao “muro de Vilarinho”, até encontrarmos o atalho para a Chã do Muro. À nossa esquerda estão as cristas do Gerês e ao fundo a barragem de Vilarinho das Furnas.
          Almoçamos junto ao Poulo do Vidoal, com alguns mariolas das Casarotas bem visíveis. Depois do almoço encetamos o regresso a Bilhares passando numa das “portas” do fojo e progredindo na direcção da primeira cabana que fica no Colado da Porta.
          Depois do registo fotográfico continuamos para o cabeço do Corisco por um estreito trilho que atravessa as corgas dos Ribeiro da Cova e dos seus afluentes, que se confundem no meio do piorno.
          A entrada para a cabana do Corisco está protegida pelas fragas daquele cabeço, curiosamente em posição oposta à do Colado da Porta, mais desprotegida e virada a Sul.
          Descemos para a zona da Vergada, com a serra da Peneda e a bacia do Lima bem visíveis, assim como Arga e Santa Luzia, enxergando-se perfeitamente a cidade de Viana. 
          Na rechã de Lundãs, rodeamos a vertente oriental de um pequeno outeiro para atalharmos a Bilhares, tomando o antigo caminho dos rebanhos. Quando lá chegamos, ainda decorriam algumas actividades ligadas à monda do centeiro, muito mecanizadas, nas pequenas leiras onde ainda se cultiva…