sábado, 25 de julho de 2009

Vezeira de Fafião

Fafião-Pousada-Prado Lã-Vidoeirinho-Rocalva-Fichinhas-Touca-Porto da Lage - Fafião
Grau de dificuldade - Elevado
Extensão - 22.3 km
Data - 11 de Julho de 2009


No território montanhoso do noroeste português, a vezeira representa o sistema de pastoreio em regime comunitário, aproveitando os baldios da serra. Esta particularidade não se restringe apenas ao Gerês, mas também é extensiva às serras da Peneda e Amarela, registando um crescente declínio nos tempos que correm. O trajecto da vezeira de Fafião, percorre zonas de contrastes e beleza ímpares, justificando plenamente uma visita, mas exige muito músculo e pulmão, não estanto acessível a todos.
O dia amanheceu pouco prometedor com o nevoeiro a esconder o vale do rio de Fafião. Porém, a temperatura estava amena e contamos ainda com a ajuda de uma brisa maninha, para encarar as subidas mais exigentes.


A parte inicial, até se atingir a primeira rechã é bastante íngreme, pelo que julgamos conveniente efectuar algumas pausas, aproveitadas para fotografar a paisagem. Para sul envoltos num manto de espesso nevoeiro, emergiam os cumes arredondados da serra da Cabreira.


O trilho que se segue, rasga a encosta, subindo aos "s" até um pequeno portelo em pedra, sinal de que o curral da Pousada está por perto. Um pouco antes, cruzamo-nos com o atalho que vem do Pinhô.


Continuamos serra acima até à cabana do Prado Lã guiados pelos mariolas.





As velhas carvalheiras que proporcionavam alguma sombra, desapareceram daquele espaço serrano, substituídas entretanto por jovens árvores.
No percurso entre este prado e o Vidoeirinho avistamos um jovem corso empoleirado no alto de uma fraga, que apressou a fuga mal nos descobriu. Deste último curral avista-se a Rocalva e a Roca Negra, e um pouco antes de lá chegar a vista é soberba quer para o vale do rio Laço, Porto da Lage, Sombrosas, estendendo-se a paisagem até ao alto da Cidadelhe.





Ao longo do trajecto são imensas as geoformas que nos vão surpreendendo, constituindo paisagens graníticas fabulosas.

Seguimos em direcção à Rocalva, onde encontramos os pastores da vezeira, com quem estivemos a conversar.


O gado pastava pachorrentamente, próximo da trabalhosa descida para as Fichinhas.

Um pouco à frente tem-se outra imagem da face norte daquela roca, que adquire contornos mais esguios.
A serra aparece-nos com todo o seu esplendor onde se misturam pequenas linhas de água, carvalhais, pequenos prados e paisagem apaixonantes. Os prados do Conho não estão muito longe, adivinhando-se ainda a localização dos da Messe, à custa do inconfundível perfil das Albas.


A descida para o próximo curral, Fichinhas, é custosa e obriga-nos a atravessar mais um portelo. Os mariolas vão ajudando a escolher o melhor (?) caminho, mas o mais cómodo é ir parando frequentemente para observarmos a beleza selvagem da serra.

A cabana não fica muito longe da grande curva que o trilho desenha, um pouco antes da confluência das linhas de água. O perfil em U do vale deixa antever a sua origem glaciar, onde pequenas quedas de água, saltitam freneticamente.



Os mariolas encaminham-nos para o vale do rio Touça, obrigando a um ligeira subida para nos mostrar a beleza irresistível das Sombrosas, que nos acompanham na outra margem.























Descortinam-se belíssimas piscinas naturais onde a água adquire a cor verde esmeralda.








Pequenos bosques de carvalho negral sucedem-se na sua margem esquerda até
desembocarmos noutro carvalhal paradisíaco que esconde a cabana da Touça.
Pareceu-nos o local ideal para descansar e encher os cantis, pois ainda havia muito que palmilhar até à aldeia de Fafião.












Depois de efectuada a travessia do rio do Laço rumamos na direcção do Porto da
Lage, onde foi necessário mudar de margem.


Em seguida iniciamos um verdadeiro trilho " Inca ", que corre sensivelmente a meia encosta, acompanhando as corgas, e possibilitando observar as belíssimas lagoas do rio.


A parte final são estradões maçadores, que parecem nunca mais acabar e que nos conduzem até à aldeia.

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