sexta-feira, 31 de julho de 2009

De Parada do Outeiro ao S. João da Fraga (Serra do Gerês)

Grau de dificuldade – Difícil
Extensão – cerca de 21,1 km

Data – 26 de Julho de 2009




Chegamos a Parada quando os primeiros raios de sol iluminavam o nosso objectivo, num distante penhasco da serra. Com efeito, a minúscula capela do S. João da Fraga vista de longe, confunde-se com um pequeno ponto branco despontando no horizonte, desafiando-nos para mais uma caminhada.





Bons tempos em que a festa era acompanhada pelo banjo do sr. José do Outeiro, e os foguetes ecoavam por toda a serra. Terminada a cerimónia religiosa, regressava-se ao Porto da Lage, onde havia festa rija, e um grande convívio, com baile, concertina, cantares ao desafio e gaiteiros, como já tivemos ocasião de presenciar.

Partimos bem cedo, atravessando a aldeia ainda adormecida, pois nem latido de cão vadio se ouviu, alertando para a nossa passagem.


Rodeamos o Canda por poente até cruzarmos com o caminho que desce do fojo do lobo e prosseguimos atravessando o ribeiro do Beredo. Continuamos pelo do estradão que dá acesso à Gafaria, acompanhando o ribeiro da Teixeira.


Por um pequeno trilho que inicialmente atravessa um belíssimo carvalhal, subimos gradualmente uma das encostas, ganhando rumo para o S. João da Fraga. A determinada altura perdemo-lo ou desapareceu, pelo que fomos subindo a corta mato.



Procurando sempre as melhores passagens, entre lajedo e mato rasteiro, atinge-se o lombo da encosta, donde se avista a fraga que sustenta a altaneira capela.



Segue-se uma rechã que é preciso percorrer, o que se faz sem problemas, se acompanharmos os mariolas. Depois de atravessarmos mais um carvalhal, depressa encontramos o caminho que vem de Pitões.



A subida é muito acentuada, mas lá do alto dos seus 1163 metros a paisagem é soberba. Para norte avistam-se os cotos que demarcam a linha da raia. Quem já atravessou a serra, facilmente distinguirá no meio da agreste cumeada a roca Sendeira, a fraga de Brazalite e o cabeço da Fonte Fria.



Para Sul, o denso bosque do vale do Beredo e o espelho de água da barragem de Paradela, destacam-se na paisagem granítica.



Para nascente, os contornos suaves da Mourela, onde termina o áspero relevo e começa a aridez do planalto transmontano.



Para poente, o fraguedo do Gerês onde se misturam os tons verdes dos poulos e carvalhais, com o cizento das encostas mais despidas.



Regressamos a Pitões que se apresenta mais animada nesta época do ano. Após a dura subida desde o Porto da Lage, paramos no café Rato do Eiró.



Atravessamos a aldeia e atalhamos para os lados do miradouro da cascata. Por por um minúsculo trilho que atravessa lameiros, levadas e carvalhal, fomos desembocar no caminho que vem da aldeia em direcção ao ribeiro do Campesinho. Atravessamos a ponte e exploramos a as margens para montante, onde há belíssimas cascatas.



A partir daqui, o caminho atravessa o antigo e belo carvalhal do Beredo, conhecido desde a idade média, onde o silêncio só é interrompido pelo muralhar das águas ou pelo canto de alguma ave do bosque. A espaços, as copas permitem espreitar para o exterior e observar ao longe, a capelinha onde estivemos. O caminho por vezes estreita-se passando a trilho, alargando-se antes de chegarmos à portela da Fairra, onde se localiza o fojo do lobo de Parada.



Daqui em diante, atravessamos lameiros e campos de feno, até atingirmos a aldeia de Parada, cansados de tanto andar. Apesar de ser um percurso exigente, mesmo saindo de Pitões, engrossa a cada ano que passa o número dos que fazem a romaria. Apesar do esforço dispendido que obriga os vários grupos a períodos de silêncio, em que apenas se houve a respiração, é frequente ouvir dizer-se :

"Enquanto há pernas, não há cabeça, quando vem a cabeça já não há pernas"



domingo, 26 de julho de 2009

Prado do Conho ( Serra do Gerês)

Grau de dificuldade - Difícil
Extensão-- ------------ 21,3 km
Data -------------------- 18 Julho 2009

O percurso que efectuamos é muito idêntico à parte inicial do trilho da Vezeira de Fafião até à meda da Rocalva. Por comodidade, iniciamos a caminhada a partir do rio Toco.

Numa portela, Um pouco acima do Prado Lã e antes do Vidoeirinho, fizemos um desvio para procurar o Iteiro de Ovos.

Satisfeita a nossa curiosidade, continuamos em direcção ao prado da Rocalva. O dia estava magnífico, sem nebulosidade, óptimo para observar as paisagens mais distantes que a serra do Gerês nos oferece, onde pontificam ravinas e espinhaços, salpicados por espaços verdejantes, onde assentam os locais de pastagem.

Apetece ficar ali a contemplá-los, a aprisioná-los na memória para sempre.

Chegamos ao prado da Rocalva, na hora em que cozinhavam o almoço, ao mesmo tempo em que a vezeira, conduzida por dois jovens pastores regressava para esta zona da serra. Um pouco de conversa com o “cozinheiro” que, nos confirmou a melhor orientação a tomar para prado do Conho.

O caminho que utilizamos, passa pela rectaguarda da cabana da Rocalva e um pouco mais adiante, desvia-se para poente em relação ao que toma a direcção das Fichinhas.

Atingida a face nascente da Mourisca, descemos por uma extensa lomba granítica, donde se avista a silhueta do vale das Fichinhas.

É uma paisagem magnífica, com as linhas de água a serpentearem no vale, tendo como fundo o vale do Touca e Sombrosas, com o alto da Cidadelhe, que se sobrepõe a todos.


Há que atravessar duas linhas de água e caminhar por entre urze e mato rasteiro, onde a espaços se encontram alguns exemplares de zimbro.

Em dia limpo o Conho avista-se com facilidade e desde que se evite algumas corgas de mais difícil travessia, atingi-lo é uma questão de paciência. Contornando alguns obstáculos, chegamos rapidamente ao nosso objectivo.

Vista do Conho, a Mourisca adquire contornos mais belos e os grandes mariolas, convidam-nos a subir até à Lomba do Pau, no caminho para a Borrageira, percurso muito utilizado por quem vem dos lados dos prados da Messe.

O regresso fez-se por um novo acesso, tentando suavizar a subida até ao primeiro prado.

O gado que estava na Rocalva, afastou-se para outras paragens, e não houve maneira de o descobrir. Descemos pelo caminho habitual até à pousada, onde encetamos um desvio para a cabana dos Bicos Altos, intenção que acabamos por abandonar.